Uma c(*)gada coletiva

A c(*)gada que fez a TV Maringá (Band) tirar os programas de três adversários do prefeito Silvio II (PP) do ar na noite de hoje tem que ser dividida com a Justiça Eleitoral. Como não há uma geração única - o que é um retrocesso, ao meu ver -, o oficial de justiça teve que ir a todos os canais de televisão. Na Band ele chegou primeiro, e por isso a emissora foi a única a tirar os programas de Wilson Quinteiro, Enio Verri e João Ivo do ar. Em seguida, por volta das 20h10, com os programas já sendo exibidos, ele chegou a outra emissora, a RIC TV.
Embora o despacho do juiz designado Belchior Soares da Silva estabelecesse um prazo de 48 horas para a retirada das inserções, o oficial de justiça (que usava um colete da Jusdtiça Eleitoral e esteve acompanhado de outra pessoa, sem colete, em todos os canais de tevê) insistia com certa impaciência em tirar o programa dos três candidatos do ar de forma imediata. Essa afobação é que parece ter provocado toda a confusão. Na Globo, onde chegou depois, a situação foi semelhante, mas a emissora já havia exibido todos os programas.
Quando o oficial de justiça e seu acompanhante foram embora, lendo com calma o despacho do juiz, é que as emissoras de televisão (ou pelo menos todas, à exceção da Band) perceberam que se tratava de alterar as inserções comerciais e não os programas. A coligação de Silvio II - sempre ele - entrou com reclamação contra Quinteiro, João Ivo e Verri informando que eles estavam usando cenas externas nas inserções, o que é proibido. Só que as cenas não eram externas - o juiz, se as viu, enganou-se como Silvio II. As cenas foram gravadas em escritórios, ambientes fechados. Com a confusão de todos, quem perdeu foram os três candidatos. Quinteiro teve uma inserção de 30 segundos substituída pelo slide da confusa Justiça Eleitoral de Maringá; João Ivo teve quatro comerciais de 15 segundos também substituídos; e Enio Verri, o menos prejudicado, já estava com as inserções substituídas para este final de semana.