Concurso cruzado

Foi só o Ministério Público pedir investigação nos concursos públicos organizados por empresas particulares, em câmaras e prefeituras municipais da região, que novas denúncias começam a surgir.
Uma delas diz respeito à fórmula que inventaram para que apaniguados - normalmente, parentes de políticos - sejam aprovados nesses concursos. É o concurso cruzado: um prefeito quer fazer aprovar um parente, por exemplo, e contrata uma empresa para realizar o certame; para não despertar a atenção, o parente escolhido passa em terceiro lugar. Os que passaram em primeiro e em segundo lugares lugares são convocados por edital e não aparecem, fazendo com que o terceiro seja finalmente convocado pra assumir o cargo. Normalmente, os que passam nas primeiras classificados são de outras cidades e, depois, acabam sendo beneficiados quando o concurso é realizado em seus municípios.
O artifício dificulta a descoberta da malandragem, mas há como: por que uma pessoa sai de uma cidade, inscreve num concurso em outra cidade, paga a inscrição e, quando aprovado, não assume o cargo? Não devem existir muitos motivos disponíveis no mercado.