21.5.08

Pai, mãe e madrasta

O governo Lula, através do Ministério das Cidades, locado já há algum tempo ao PP, pode arcar com a responsabilidade de iniciar em Maringá um apartheid social, que está se materializando a olhos vistos nos últimos dias. Ao disponibilizar R$ 20 milhões, um rio de dinheiro (5% disso é R$ 1 milhão!), para desfavelizar um bairro que não é favela ele potencializou uma discriminação que estava talvez em seu estágio derradeiro. Afinal, moradores do Santa Felicidade estão ali há anos e foram precisos todos esses anos para que os benefícios da cidade chegassem até eles, alguns ex-favelados, últimas testemunhas de algo ruim que esta linda flor gentil não possuía mais.
Nisso, méritos para o ex-prefeito Silvio Barros, o pai, que hoje a história confirma ter sido muito melhor como gerente público que seus dois filhos. Ele iniciou o processo de desfavelização da cidade (Said Ferreira completou o serviço), embora naquela época o Santa Felicidade, além de distante da "civilização" maringaense, estivesse ao lado do fedor dos frigoríficos, era uma área muito desvalorizada. De qualquer forma, ajudou a mudar a forma como muitas pessoas enxergavam certos irmãos, que saíram de casebres para casas "de material", num local com aparência de bairro, calçada, etc.
Todo este trabalho lento de reinserção social, iniciado nos anos 70, está indo água abaixo por causa do dinheiro do PAC, da mãe Dilma, do papai Lula, da madrasta Ganância. Para justificar a dinheirama, que caiu do céu como presente de viracasaca, a prefeitura desapropriou os 10% de área legal para implantação de equipamentos públicos em vários pontos da cidade. Contou com a ajuda dos cordeirinhos legislativos.
O Observatório das Metrópoles, da UEM, que fez um completo estudo sobre o bairro, solenemente ignorado pelo poder público e entidades acessórias, já havia apontado para o que poderia acontecer - que é o que se está vendo agora. Na periferia da cidade, em meio a loteamentos valorizados, estão sendo construídos pequenos grupos de casas populares para abrigar famílias excluídas do Santa Felicidade. O esperado confronto com quem já estava residindo no bairro foi iniciado e é o combustível para incrementar o apartheid social (infelizmente, sempre tendo a pobreza como fator estimulador). O PAC lulista pode se tornar caso de polícia, que começa a interferir para segurar o ânimo de alguns moradores, como se viu hoje no Jardim Licce e está prometido para se repetir no Jardim Diamante.
Tudo isso só vai recair e prejudicar os moradores, ou ex-moradores, do Santa Felicidade - que correm o risco de voltar a sofrer na pele (no caso, na vizinhança) a discriminação da qual estavam se livrando.

2 pitacos:

Anônimo,  09:33  

Parabéns meu caro!!! Matou a pau neste post!!!
Como pode o povo e demais autoridades assistir passivamente esta pouca vergonha que está acontecendo em Maringá!!!
Se alguém daí ainda tiver coragem de votar nesta "Famiglia"!!! Está louco, acordou agora de um coma,não gosta desta cidade, ou é burro mesmo!!!

Anônimo,  13:39  

ONE FORAMPARAR OS COMENTARIOS ANTERIORES>TOMOU DORIL!!!!

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