Desabafo!

Quero, por meio deste post, agradecer a oportunidade de estar no comando da Ouvidoria Municipal por três anos em contato direto com a população da cidade que amo.
Foi gratificante poder contribuir com o exercício da cidadania daqueles que procuram a Ouvidoria como canal de comunicação entre munícipes e Administração Municipal.
Destaco que pedi exoneração do cargo para candidatar-me a vereador porque quero, de coração, colocar minha vocação à vida pública.
E, por último, comentar que o único órgão da Prefeitura a ser contemplado com nomeação foi, coincidentemente, a Ouvidoria. Pois bem, a nomeação do assessor do vereador e pré-candidato à mais uma eleição - Valter Viana - foi exatamente ao gosto do irmão do prefeito, o deputado federal Ricardo Barros.
Mais uma vez, fica explícita a importância que este senhor tem sobre a Administração Municipal. É notável a influência de um irmão - há mais tempo na vida política - sobre o outro.
Quero dizer ao senhor prefeito Silvio Barros que cumpri rigorosamente o meu horário de hoje 31/03/08 até o final do expediente.
O deputado Ricardo Barros feriu o princípio da democracia, o que não significa nenhuma aberração, nenhuma novidade em se tratando do parlamentar que hoje é vice-líder do presidente Lula. O deputado rejeitou o meu nome como integrante do partido PRP, partido pelo qual ajudamos a fundar, a garimpar nomes e a solidificar estratégias através de reuniões. Outros filiados foram aceitos nesta legenda, mas o meu, curiosamente, foi renegado sem nenhuma explicação.
Eu contava com a grande maioria de apoio dos filiados. Membros do Partido tentaram convencer Ricardo a voltar atrás. Ledo engano. Inocência de criança achar que Ricardo pensaria em alguém que não fosse si próprio. O deputado reagiu às investidas dos meus colegas do PRP usando a expressão “encher o saco”. Esta atitude, mais uma vez, o transformou no que ele é: num lobo em pele de cordeiro, num déspota, tirano e ditador, ao invés de um cumpridor do regime soberano das leis brasileiras: a democracia, o que seria natural de se esperar num político.
Caso os meus colegas republicanos progressistas continuassem na minha defesa para manter-me no PRP, Ricardo destituiria a comissão provisória e faria outra. Mas o que é isso? Retrocesso em pleno século XXI? Ricardo e seus súditos. Ricardo e relações servis. Ricardo o rei. O monarca absolutista de todos os tempos. Mas não o é para mim.
Até hoje não sei sequer o motivo pelo qual fui obrigado a deixar as investidas em outros candidatos no objetivo de obter votação em legenda para juntos chegarmos a uma cadeira na Câmara. Como é natural de um déspota, ele não quer saber de causas, conseqüências nem dos motivos pelos quais move um cidadão. Ricardo só pensa em favorecer o que lhe é de interesse.
Mesmo assim, eu consegui apoio em outro partido. Solidário à minha causa, o presidente do PDT, Carlos Roberto Pupin me recebeu muito bem, contrário a qualquer outro interesse paralelo que venha a ferir a democracia. Quero chegar ao Legislativo, mas não para ficar refém, à mercê dos interesses do Ricardo Barros. Quero ser vereador para elaborar projetos e fazer o que manda a definição principal de um legislador: trabalhar em prol da coletividade.

José Fuji
fuji.2008@hotmail.com