Georges Khoury

Quando trabalhava na Cultura AM, ajudando o pessoal do esporte (Ferrari Junior e companhia), encontrei no Estádio Willie Davids um ídolo do rádio: Jorge Cury, irmão do cantor Ivon Cury, e que era narrador da Globo do Rio de Janeiro. Por ter ajudado a equipe (fiquei amigo do técnico, que por sinal reencontrei no Rio dois anos depois, quando fui apresentado, em pleno Maracanã, a Mário Vianna, o primeiro comentarista de árbitro de futebol), ganhei do narrador uma caneta da emissora em formato de microfone - que tratei como relíquia. A caneta era amarela e tinha um fio de plástico, que era pra pendurar no pescoço.
Por causa do Jorge Cury narrador, sempre que eu encontrava o seu Georges Aniz El Khoury eu o cumprimentava com a vinheta da Globo: "Jor-ge Cuuury". E ele respondia, como o Jorge Cury narrador: "Sou eu!". Bons tempos aqueles em que eu passava a semana inteira esperando chegar o sábado, para ir à chácara do seu Georges. Eu me divertia - e ainda com a possibilidade de encontrar um secretário de Estado, um senador, um deputado e de ouvir Vidal Balielo ao violão.
Quando seu Georges recebeu o título de cidadão honorário do Paraná, fiz a revista para o Marco Beschizza contando sua trajetória. Fiquei mais fã dele, ainda. Seu George não envelheceu, ao contrário de alguns jovens que conheço. Sempre esteve antenado, fazendo o que gostava de fazer. De Jerusalém para Maringá, ele fez história.