Devoção
Contado por padre Orivaldo Robles no livro A Igreja que Brotou da Mata:
Sem papas na língual, padre Alfredo da Fonseca Rodrigues, vigário ecônomo (assim se chamava na época) de Alto Paraná, vez por outra, provocava reações ferozes. Pelas ruas, um cidadão magoado andou falando cobras e lagartos a seu respeito. A notícia chegou à capela do bairro Mandassaia, distante uns 15 quilômetros. Numa tarde de domingo, entra na casa paroquial o velho Ataliba, congregado mariado da capela, nordestino rude, cuja valentia só não era maior que o seu amor à Igreja. Trazia nas mãos, enrolado na fita azul, o manuel dos congregados e um revólver calibre 32 no meio do livrinho. Com olhar transtornado pediu: "Eu quero que o senhor me abençoe e me dê licença para eu dar cabo desse cabra safrado". Apavorado e trêmulo, o padre gastou boas duas horas para demovê-lo do "santo" propósito.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.