Chávez e o dilema de Sísifo
Trecho de artigo de Rudá Ricci:
Hugo Chávez já escreveu mais uma página desta estranha história que militariza o projeto de esquerda na América Latina. Se ser esquerda, no século XXI, é manter a defesa da igualdade social e agregar a defesa do desenvolvimento sustentável e da democracia participativa, o presidente venezuelano tenta se inscrever nesta agenda de maneira insólita. Como se estivesse enfrentando o mesmo dilema de Sísifo. Texto integral.
Hoje o site do Instituto Cultiva disponibiliza outro artigo de Ricci, desta vez, sobre a viagem de Bush à América Latina.
2 pitacos:
Está para nascer um movimento de esquerda que não seja ditatorial.
me aponte um ????
esquerda/socialismo/comunismo/dita-dores, andam de mãos dadas sempre.
Vide o exemplo dos homens de Santo André, Campinas e depois Brasília:
antes éticos,
moralistas,
socialistas,
bonzinhos,
depois para chegar ao poder e se manter nele,
ASSASSINARAM COLEGAS,
ASSALTARAM OS COFRES PÚBLICOS, CORROMPERAM E FORAM CORROMPIDOS, QUISERAM CALAR A IMPRENSA E OS PROMOTORES,
depois viram que era difícil calar todo mundo,
cortaram caminhos,
e propinaram o judiciário e parte da grande imprensa
e se ajoelharam para banqueiros
e para o capital estrangeiro.....
sempre foram déspotas, disfarçados de democratas.....
a história nos conta tudo isto, é só observar..................
Valdir
Valdir,
Vou dar um testemunho pessoal. Quando fui do governo Erundina, comandava, juntamente com outros três subsecretários, todos 23 mil funcionários das administrações regionais. Eu tinha 27 anos. Coordenava cinco administrações regionais: Perus, Pirituba, Lapa, Pinheiros e Butantã. Tinha 3 secretárias e dois carros com motorista à minha disposição. Ganhava muito pouco, mas tinha muito poder. Um dia, percebi que uma de minhas secretárias procurava convencer uma moradora de Pinheiros que reclamava de um corte de árvores fora do período correto. Como estava passando pela recepção, resolvi atender esta senhora. A reclamação dela procedia e eu liguei imediatamente para o administrador regional de Pinheiros e pedi para ele averiguar o erro. Só fiz isto. Dois ou três dias depois, recebi no gabinete um ramalhete de flores acompanhado de várias páginas assinadas e um cartão onde estava escrito: é de pessoas públicas como você que o Brasil precisa. Fiquei super orgulhoso e, no final do dia, levei as flores para casa e entreguei, com falsa modéstia, o cartão para minha esposa. Ela é muito séria e a pessoa mais honesta que conheço. Leu o cartão, olhou para mim e disse: você já está passando para o lado de lá. Foi um balde de água fria. E ela tinha razão. Eu já começava a achar que era uma pessoa especial e logo começaria a me apegar ao cargo, merecedor de virar um déspota esclarecido.
Uma historinha pessoal para dizer que a corrupção começa com o deslize moral. Quem tem poder precisa ser realmente muito especial para não se deixar cair moralmente. A sedução diária é muito forte. Daí porque eu ter me dedicado à implantação de sistemas de gestão participativa. Quanto maior a participação direta dos cidadãos sobre a gestão, menor o risco do que você cita em sua mensagem.
Temo quando se transforma a política em adesão, como se faz quando se torce para um time de futebol. Não é a pessoa - por melhor que seja - que transforma a política. É a auto-organização da sociedade e a implantação de sistemas de controle social.
Não tenho como negar completamente sua mensagem, mas apenas ampliar sua crítica a qualquer ideologia.
A política é uma ação coletiva, quando se limita a poucas pessoas é o início do fim da democracia.
Rudá
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.