Campos Gerais 2

Numa dessas viagens, a do Paraná, Pedro II hospedou-se, em Ponta Grossa, na casa de fazendeiro rude, mas trabalhador e leal. Ao almoço, o homem se dirigiu ao monarca:
- Senhor imperador, eu podia ter feito mais alguma coisa para o senhor comer. Podia ter morto uma vitela e mais cinco perus. Mas preferi comemorar a passagem de Vossa Majestade aqui por causa, libertando meus escravos, mais de setenta. E peço a Vossa Majestade que lhes entregue as cartas de algorria.
Quando voltou à corte, Pedro II trouxe grande simpatia pelo fazendeiro. Era adulador diferente, que não perdia a dignidade, apesar de grosseirão. Foi quando o ministro do Império lhe levou decreto concedendo o título de oficial da Ordem da Rosa ao cidadão.
- Isso é pouco para um homem que liberta setenta escravos de uma vez, protestou o soberano. Faça-o barão.
- Mas, majestade - obtemperou o ministro - ele é analfabeto.
- Pois não será o primeiro barão analfabeto...
E o fazendeiro saiu Barão dos Campos Gerais.