Opinião do leitor

A propósito de notas dos colunistas Milton Ravagnani, em O Diário, e Francês, no Jornal do Povo defendendo a regularidade da acumulação de vencimentos pela vereadora Márcia Socrepa, afirmando que o compromisso dela no legislativo se resume a 16 horas mensais, gostaria de levantar algumas questões:
O vereador não participa de comissões, reuniões, inaugurações, visitas, sessões extras no período da manhã e outras atividades que exigem mais tempo? O compromisso é só participar de 2 sessões semanais (4 horas)? Se assim for o subsídio é absurdamente alto. Servidores públicos, salvo engano, estão sujeitos a uma jornada de 40 horas semanais, ou um pouco mais de 160 horas mensais. Considerando salários de R$ 5.500,00,d os vereadores, por 16 horas, isto equivaleria R$ 55.000,00 dos demais servidores, que são obrigados a trabalhar as 160 horas.
O Secretário Walter Guerlles teria feito um péssimo negócio ao trocar uma jornada de 16 por uma de 160 horas ganhando menos (acho que pode optar pelo salário da Câmara).
Para mim, Vereador, em cidades do porte de Maringá, precisa ter dedicação quase exclusiva (pelos menos 6 horas diárias). E os assessores dos vereadores? Qual a carga horária? Qual o controle de que estão cumprindo, se os chefes (vereadores) não têm obrigação de comparecer fora das sessões?
Tenho muitas dúvidas se a vereadora se dedica ao cargo de servidora. Na minha opinião o Tribunal de Contas, que ficou desacreditado depois do escândalo Paulichi, agiu corretamente ao coibir a acumulação dos vencimentos de servidor público com os de vereador.
Valcir Martins, administrador, Maringá