17.2.07

O Poder é Gordo e rechonchudo

Por MARIA NEWNUM

“Quero homens gordos em torno de mim, homens de cara lustrosa e que durmam a noite. Ali está Cássio com aspecto magro e esfaimado. Pensa demais. Tais homens são perigosos. O mal está no pensamento” (César a Marco Antônio).
Arrogância, ignorância, ganância e descaso, são aspectos do poder “gordo”. Tão gordo que às vezes explode. São características do poder danoso e infrutífero aos que deveria servir-se dele. Esse poder “gordo” só privilegia aos poderosos.
Avisa-se, não se trata aqui de preconceito contra pessoas fora dos “padrões de beleza” ou das que caem na tentação ante as deliciosas guloseimas que engordam do físico. Esse tipo de “pecado” não engorda a alma, nem o espírito e nem a moral. Fala-se aqui do poder que estufa egos e explodem a moral. É o tipo de gordura vista em religiosos, chefes de empresas e nos os políticos; pessoas que deveriam esvair forças a ponto que seus físicos ficassem esfaimados, denunciando a carga exaustiva de trabalho em favor do povo “magro” e faminto da sociedade.
Mas não! Muitos que assumem funções que exigem esforços “tremendos” a ponto se secar-lhes o físico; engordam, assim que assumem o poder. Observem-os refestelados em cadeiras de couro nas igrejas, empresas, prefeituras, câmaras e senados...
Sempre que posso vou a Câmara de vereadores de minha cidade e os assisto. Vejo que nos que sobra “gordura”, falta competência e vontade pelo trabalho. O poder, pelo poder, engorda. A comodidade dos polpudos salários e benefícios tirados da “boca do povo” deixa certos políticos, chefes e religiosos entregues ao ócio medíocre. Com o tempo suas faces ficam lustrosas e rosadas.
Paulo Maluf, representa bem seus pares. Com ego estufado, frequentemente, debocha do povo que o elegeu “vendido” por um agrado, um favor, uma troca de voto; uma esmola de quem se vê em extrema carência. O povo não é burro. É pobre. Se tivesse dinheiro não se entregaria ao assistencialismo de Maluf e seus pares. Maluf é o retrato do “poder “gordo” e maléfico para a sociedade”.
Em mais uma “posse”, como representante do “povo”, um jornalista perguntou se não lhe pesava a consciência, em função das denúncias sobre sua atuação pregressa e da situação precária do povo brasileiro? Maluf respondeu: “Durmo bem à noite, sem dor na consciência”. Ora, políticos e poderosos de sua estirpe não têm consciência; portanto, o sono não lhes falta. Dormem como “anjos”. Só os conscientes das responsabilidades que lhes pesam, perdem o sono e até emagrecem...
Um exemplo é o Juiz Luiz Jorge da Silva Moreno, de Santa Quitéria no Maranhão. Ele foi um dos coordenadores da campanha “Registro é o direito de ter direitos”. Moreno, saiu do gabinete e foi encontrar o povo na roça. Fez 240 audiências em 2 semanas. Hoje 100% dos habitantes de Santa Quitéria são cidadãos com registro de nascimento. Seu trabalho lhe deu um Prêmio em Direitos Humanos em 2006. Moreno também foi advogado do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Pe. Marco Passerini, quando coordenou pesquisa sobre a violência contra criança e jovens no Maranhão.
Não vi fotos do Juiz, pode ser um rechonchudo que sede as tentações das guloseimas gastronômicas. Mas, certamente é “um Cássio“ esfaimado que desperta a ira dos “César” desse Brasil.


Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e Coordenadora da Spiritual care Consultoria. Para comentar ou ler outros artigos clique aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

5 pitacos:

Anônimo,  10:25  

Entendo a revolta, a preocupação da Sra. MARIA NEWNUM, mas não sou daqueles que acham que quando uma pessoa chega ao poder, ela muda, esquece as prioridades de campanha, os mais humildes, etc. Na verdade esta pessoa não mudou pois nunca prestou. As pessoas não mudam de caráter. Se são F.D.P. hoje no poder, já eram antes sem ter o poder. Faltou por parte de quem os escolheu, uma atenção melhor. Pessoa decente, com ética, com poder ou não , não mudará. As pessoas, na verdade não mudam. Observe seus amigos, e faça uma análise. Você também verá quem presta(e sempre prestou), e quem não presta(e que vc pensava que prestava).

A única coisa que muda numa pessoa é peso. Eu já fui magrinho, hoje estou gordo, e tenho que perder +- 20 kg(mas é de gordura mesmo).

João Carlos Passari(astorguense, atualmente sem e-mail, sem blog, sem orkut, graças ao google que desativou todas as minhas contas sem nenhuma explicação. Rss) - Astorga, Pr

Anônimo,  11:59  

q texto. sem comentários........

Anônimo,  18:23  

Conheço muita que que está no poder e que já não prestavam antes mesmo de chegar ao maldito poder!

Anônimo,  20:00  

Texto digno de gargalhadas...

Anônimo,  03:20  

João Carlos de Astorga e anônimos,
Obrigado pelos comentários.

Concordo com a avaliação crítica de vocês.A questão é que esse "engordamento" resulta da comodidade garantida pelos cargos. Que nem sempre pode ser visto no físico. Vê-se nos egos estufados, na arrogância e no descaso para com os outros.

Parece que nos políticos isso é mais fácil de constatar. Observem-nos no período de campanha, abraçam e beijam os eleitores e pegam crianças no colo.Depois se tornam inacessíveis como grandes chefes de Estado. Lembram da cena do Governador de São Paulo? Pois é, trataou um cidãdão como cachorro, chamou-o de vagabundo e tudo mais.
O governador ficou inflado, gordo de arrogância, perdeu a dimensão que aquele cidadão era de fato seu patrão, como o somos todos nós.

Imagine isso acontecendo no período de campanha.

Fechadas as urnas somos objetos descartáveis.

Vamos seguindo.

Abraços e obrigado,
Maria Newnum

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