Agruras do cargo de prefeito!

Por VALCIR MARTINS

Na solenidade de posse de 3 novos secretários, o prefeito Silvio Barros queixou-se dos dissabores do cargo, do quanto é difícil escolher pessoas de confiança para cargos de responsabilidade dentro do executivo.
Desafiou os presentes a colocarem no papel nomes de 10 pessoas, excluídos os parentes, em que pudessem ter plena confiança a ponto de assinarem uma procuração em branco. Realmente não fácil listar pessoas assim. Prosseguindo, falou da pressão para a escolha dos novos secretários, dizendo que muitos bons nomes geralmente estão ocupados com outros projetos e quando convidados para trabalhar pela população pedem um tempo para pensar, e geralmente declinam do convite.
O prefeito parecia emocionando ao falar de outra grande dificuldade, a de substituir pessoas que estão nos cargos. Dispensar um colaborador honesto e competente, por motivos meramente políticos deve ser doloroso.
Com ‘marcação’ do MP, do TC, da imprensa hoje é muito arriscado servir na administração pública. A possibilidade de ser processado, de responder com o próprio patrimônio, muitas vezes sem culpa direta, é grande. Assim fica cada vez mais difícil o preenchimento desses cargos, concluiu.
Ser prefeito não é fácil, reconheçamos. Só para dar exemplos: Se algum secretário acumula vencimentos, indevidamente, é processado juntamente.A cada nomeação fica a dúvida sobre os critérios usados...
Voltando à questão da dificuldade na escolha de secretários, ocorreu-nos sugerir uma forma de seleção. Que tal fazer como na iniciativa privada? Publicar-se-ia um anúncio com requisitos para o preenchimento do cargo (vantagens, obrigações) e uma empresa especializada faria uma pré-seleção dos interessados e enviaria 5 nomes que fossem pré-aprovados para cada cargo e o Prefeito, pessoalmente, após análise minuciosa dos currículos e mais uma entrevista individual escolheria aquele que mais se adequasse às necessidades e já deixaria os segundos e terceiros colocados, numa lista de espera. Caso o escolhido não correspondesse, não haveria necessidade de nova seleção.Temos certeza que não faltariam bons candidatos a secretário.
Para dois cargos haveria uma atenção especial: Controladoria e Secretaria da Fazenda. Os candidatos não poderiam ser políticos nem ter vinculação com grupos. Deveriam ser técnicos e fariam, mensalmente, uma prestação de contas de suas atividades, com ampla divulgação. Seriam controlados por um’ Conselho Controlador’, especialmente criado, com ampla participação da sociedade.
Com a nossa solidariedade pelas agruras do cargo, fica uma modesta colaboração para diminuí-las no tocante ao preenchimento dos cargos de mais importantes.

Valcir Martins, administrador, Maringá, PR