O IPTU histórico de Floriano

Hoje é o último dia para se obter desconto de 15% no pagamento à vista no IPTU, conforme divulgado pela prefeitura através de anúncios pagos em alguns veículos de comunicação. Mas há, ainda sem divulgação, um caso inédito na história do imposto em Maringá.
Há cerca de uma semana, quando começaram a ser entregues os carnês do IPTU, oito proprietários de terras na zona rural do distrito de Floriano ficaram de cabelo em pé: estavam sendo cobrados pela prefeitura para pagar IPTU que variavam de R$ 15 mil a R$ 46 mil. Eles nunca haviam recebido IPTU antes. Agora, a história que levou agricultores de soja e milho, que não fazem para comer, a receber essa cobrança da administração municipal, é igualmente interessante.
Em 2005, assim que Silvio II assumiu, houve uma operação-relâmpago para permitir à Frangobras - que tem entre seus proprietários dois políticos que haviam acabado de apoiar a eleição do prefeito, Edmar Arruda e Reinaldo Morais - se instalar numa área de 17 alqueires, originalmente não adequada para um abatedouro de aves. A operação incluiu a mudança do perímetro urbano no distrito de Floriano (Gleba Ribeirão Pinguim) feita através de uma lei proposta pelos vereadores Belino Bravin e Edith Dias de Carvalho, ambos do PP. A mudança permitiria que a empresa recebesse benefícios do município.

A Frangobras namorou Maringá e Marialva e, depois, trocou-as por Campo Mourão. Só que esqueceram de mudar a lei. Agora chegaram os carnês do IPTU, fruto da operação-relâmpago. "Simplesmente não temos como pagar", me disse um agricultor que possui 4 alqueires e, se pagasse o IPTU hoje com 15% de desconto, desembolsaria mais de R$ 12 mil - dinheiro que não tem.
O grupo de proprietários rurais, para tentar se livrar da armadilha, contratou um advogado, ex-funcionário da prefeitura, para tentar revogar a lei. Já falaram com o presidente da câmara municipal e até o prefeito foi informado. Mas todos sabem que será praticamente impossível encontrar uma solução.