Coluna do Francês (domingo)

Do virtual ao real
Agora que o governador acomoda seus ungidos nos recém-criados cargos de comando para as regiões metropolitanas existentes, virtuais e futuras, no caso da nossa RMM - Região Metropolitana de Maringá - uma constatação: ninguém sabe realmente o que emergirá do papel e do discurso político.

Luvas de pelica
É preciso esperar o que nascerá do parto dessa capitania passada de mão-beijada ao ex-prefeito João Ivo Caleffi. Cá, entre nós, uma afronta e um troco, diretos do governador Requião ao prefeito Silvio Barros (com a mesma diplomacia utilizada por Silvio para apoiar Osmar Dias).

Cobrança
Político que leu Maquiavel, do alto do poder estadual e em princípio de novo mandato, quem conhece Requião sabe que ele nunca iria deixar de “acertar” pendências da última eleição. Principalmente essa, cobrada por aliados locais umbilicalmente ligados ao poder em Brasília.

Onda e ressaca
João Ivo surfa a onda criada e está na imprensa. Precisa aproveitar porque haverá ressaca, cobranças de prefeitos interessados em avanços através da RMM.
Já começaram reações, como o prefeito de Mandaguaçu que abriu a garganta, sem esquecer que Caleffi está atravessado também na garganta do prefeito Silvio.

Realidade
Uma pergunta que não se desmancha no ar: Caleffi tem capacidade para realizar a RMM? Contará com estrutura, escritório, planejamento por especialistas, prazos e etapas a serem cumpridos, ou haverá apenas seqüência de encontros e discursos envolvendo toda a região?

Elo importante
O primeiro resultado significativo de toda a urdidura política acontecerá em dois anos: a presença de João Ivo com sua conversa mansa vai eleger prefeitos e vereadores petistas na região, principalmente porque o PT agora é situação, em Curitiba e em Brasília.

Passando o abacaxi
O prefeito de Maringá já está jogando o novo jogo. Em entrevistas, lembrou aquela propaganda “agora os seus problemas acabaram”. Disse que com João Ivo ungido metropolitano e Ênio Verri secretário do Planejamento, não faltarão recursos para Maringá e região.

Foco
E Silvio focou as complicadas áreas da saúde - no Hospital Universitário doentes lotam corredores, acomodados em cadeiras e macas - e segurança, alvo de reclamações diárias dos maringaenses.

Poder
O prefeito disse que solucionar essas carências é tarefa sob medida para os dois novos secretários que representam Maringá. E não deixa de ter razão. Vai depender do desempenho dos nossos representantes diretos junto a Requião, titulares do canal de comunicação e influência retirado do prefeito.

Sem Crispim...
Enquanto isso o PMDB local constata que só foi bem quando estava nas mãos de Umberto Crispim de Araújo. Na próxima eleição com certeza poderá apresentar no máximo um candidato a vice, já que o governador está prestigiando mais o PT maringaense que seu próprio partido.

Consolação
Para alguns peemedebistas, pelo menos está afastado o risco do partido cair nas mãos de alguém ligado ao atual comando da Prefeitura Municipal. Eles ainda sonham em ressurgimento com Requião candidato a presidente, com apoio do PT. O governador está trabalhando para que isso aconteça.

Mandou?
Segundo Edson Lima (O Diário NP) o prefeito Silvio Barros enviou nota à imprensa local manifestando sua posição quanto à nomeação de João Ivo. Não publicamos, aqui, porque não recebemos.

Saúde
Mas segundo o Edson, este é um trecho da correspondência: “...expectativa de que João Ivo, nesse quadro consiga reverter imediatamente o fato de Maringá ter ficado de fora dos investimentos na Saúde, ao contrário do ocorrido com outras cidades do Estado.”

Mais
“...ampliação do Hospital Universitário (HUM) que atende a Região Metropolitana de Maringá”.

Segurança
“Com a influência que tem junto ao governo temos certeza de que vai melhorar significativamente a segurança na região, já que boa parte dos problemas dessa área são regionalizados”.

Bate-boca
Já que ninguém se “mexe” a AMI - Associação Maringaense de Imprensa vai mexer.
Dia 8 próximo às 15h na Câmara Municipal, reunião e debate sobre a insegurança
na cidade.

Oportunidade
Autoridades policiais, políticas, vão estar presentes. Com certeza também estarão representantes da Prefeitura Municipal e das novas autoridades junto ao Governo do Estado, a quem cabe dotar Maringá de infra-estrutura de segurança.

Uníssona
E as opiniões, abalizadas ou não, fazem eco: a criminalidade cresce e predomina porque Maringá não tem número suficiente de policiais. E onde a polícia não aparece e age - como nos morros cariocas - os bandidos mandam.

Fórmulas
Solução para os problemas da insegurança envolve dois aspectos. 1º) Fardas presente na rua, no centro da cidade, nos bairros. 2º.) Os bandidos precisam saber que não ficarão impunes.

Exemplo
Novamente, voltemos ao passado: na época do policial Miguelzinho de Oliveira, eram raros os assaltos à mão armada em Maringá. Simplesmente todos os bandidos sabiam que seriam perseguidos até a captura ou confronto a tiros.

Sem chance
Só assaltava em Maringá bandido de outra cidade. Mesmo assim, a título de exemplo esses “cachorros-loucos” não escapavam. Bons tempos aqueles em que a polícia maringaense perseguia bandidos até no Paraguai!

Interrogação
E as contas de João Ivo prefeito que estão na Câmara Municipal, com parecer contrário do Tribunal de Contas? Devem ser votadas por volta de março.