20.12.06

O nome de Deus em vão e o nosso voto no lixo

Por LUIZ FERNANDO RODRIGUES:

Em nome de Deus, várias atrocidades já se acometeram sobre a humanidade. Em nome Dele, Osama Bin Laden justificou a morte de milhares de pessoas no ataque ao World Trade Center. Sob o a bandeira da “Paz mundial”, George W. Bush vem justificando a morte de centenas de milhares de pessoas (na maioria civis) no Afeganistão e no Iraque.
Infelizmente não necessitamos olhar tão longe para exemplificar este “pecado”. Sim, porque usar o nome de Deus em vão é pecado segundo a Bíblia (palavra do próprio Deus).
Vimos no decorrer deste ano, a autoridade máxima do poder executivo local se dizer o “enviado de Deus” para justificar a falta de diálogo com servidores, entidades, movimentos sociais e com a própria sociedade; para justificar a truculência para com aqueles que se dissessem contra seu projeto.
Mas não paramos por aí. O mais recente acontecimento foi a reeleição do presidente do legislativo municipal, numa sessão iniciada com oração e sob a presença da Cruz no plenário da câmara. O nobre edil, que havia pronunciado havia poucos instantes que não seria candidato, se rendeu aos “clamores” de seus companheiros. Um “clamor” tão profundo que convenceu até aquele que se dizia de oposição e que também já usou o nome de Deus para justificar muitos de seus atos como vereador.
Como diz um velho ditado: “Cada povo tem o governante que merece”. Quando elegemos alguém para nos representar/liderar, é porque esta pessoa deve ser o melhor que temos para o exercício da função. Se John foi reeleito, deve ser o melhor dentre os 10 que o reelegeram, portanto eles têm o presidente que merecem. Talvez isso se deve ao fato de a câmara ainda ter 83 cargos comissionados com salários que variam entre R$ 1.500,00 e R$ 5.000,00, ou ao fato de cada vereador custar aos nossos “vazios” bolsos certa de R$ 733.000,00 por ano. Isso deve ter pesado na hora do voto e, pelo andar da carruagem, vai continuar tudo como está.
Pena que os 10 nobres edis perderam a oportunidade de provar ao povo maringaense que estão lá para representá-lo, que são pessoas decentes, íntegras e dignas até mesmo de usar o nome de Deus no início de suas sessões.
Ao povo (que tem o poder soberano – o do voto) fica o desafio de banir da câmara de vereadores de Maringá estes “Judas” que dizem estar lá para representá-lo.
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(*) Acadêmico do Curso de Marketing, membro do Conselho Municipal de Saúde e do Movimento de Fé e Política, Coordenador da Pastoral da Juventude do Paraná.

4 pitacos:

Anônimo,  22:54  

Nota dez ao seu artigo cara, você disse tudo. Pena que isso não possa chegar a todos, desde o humilde catador de recicláveis, até aquele que anda de BMW na Avenida Brasil. Ainda assim, muitos discordariam do que você escreveu, aqueles com pouca visão política, os alienados de nossa sociedade que deixam tudo isso e mais um pouco acontecer. É pena.

Anônimo,  23:33  

Não sei se John é melhor que aqueles veradores que NÃO votaram nele, mas que ele é Menos Pior que aqueles que o reelegeram, isto certamente é. Lastimável (até o Mario Hossokawa!!!???)

Anônimo,  09:40  

Dispensa comentários. Parabéns pelo artigo e como disse o colega anônimo das 22:54, é uma pena que isso não possa chegar a todos. Uma pena mesmo.

Anônimo,  00:01  

Porra velho, o fato de andar de BMW não pode ser fato para ser apedrejado. Até porque, detesto BMW, prefiro andar de AUDI que, acho, alemão muito melhor que a mercedes e bmw. Agora, quer dizer que todo pobre é salvo e não podemos ter mais carro? Porra, para com isso véio. trabalhamos para isso. Vim de pobre e mizerável, nascido de parteira, incrivelmente, branco, no meio de uma vila que só tinha pretos, portanto, eu era o diferente branco. Aprendi a brigar, lutar, tenho marcas e cicatrizes (ainda bem que a maioria já morreu ou foi preso) até hoje. E tenho que continuar pensando em ser lixo, em vez de ser abençoado? É ruim heim... Estudei em escola pública a vida inteira, minha mãe nunca pagou, não tinha dinheiro para isso, mas, uma coisa ela sempre nos disse (eu e minhas irmãs) que poderia simplesmente (se é que vocês me entendem) nos dar os subsídios alimentares e a possibilidade de estudarmos. Somos tres irmãos formados, minhas irmãs, meus cunhados com carros zeros e eu e meus cunhados com carros também, digamos, apresentáveis perante a sociedade, apesar de não termos que provar nada a ninguém.

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