29.11.06

Não sou de ninguém, sou de todo mundo

Free Image Hosting at allyoucanupload.com

Por MARIA NEWNUM:


Estava eu tentando perder os meus excessos de kilos na academia a céu aberto do Parque Ingá no centro de Maringá. Ao chegar constatei que já haviam 3 aparelhos quebrados e a academia é novinha. Foi quando vi uma mulher que tinha pelos menos 3 vezes o meu peso (e olha que estou gorda), dependurar-se e num impulso jogar todo peso e erguer os pés no eixo de sustento daquele aparelho que tem umas espécies de argolas destinadas apenas para pendura-se delicadamente de um lado para o outro, de modo a alongar o corpo.
Fiquei espantada. O rapaz, muito educado que a acompanhava disse: - "você vai arrancar tudo, olha os parafusos do chão, vão se soltar". Que nada, a mulher, repetiu o feito. Não resisti e disse: - Moça, você vai estragar isso. Só pelo olhar, achei que fosse levar uma surra. Respondeu: - “Isso te incomodou?" - Considerei a cara de mostro que fez, mas disse: - Lógico que sim. E ela - "Então vá para uma academia". Eis a dúvida cruel, calar a boca, ou reagir, correndo o risco de levar uns tabefes?
Assumi o risco e disse: - Isso não é só seu, é meu também e de muitas pessoas. A mocréia, vejam, já perdi a compostura, disse: - "É meu também eu pago impostos..." E eu sem noção do perigo continuei: - E isso te dá o direito de destruir? E ela - "Sua grossa, sem educação..." E eu, parecendo bem tranqüila no meu exercício de remo, mas já cega de raiva me vendo rolar no chão com a sujeita, disse: - Você toma uma atitude dessa e vem dizer que não tenho educação? Continuei remando, - Você não tem noção de civilidade?
Foi quando a moça da prefeitura que orienta os exercícios apareceu e a mulher deselegante e irascível sentou-se no banco e calou-se. Continuei remando, e ela lá, sentada me olhando. Pensei, vou apanhar... As pessoas ao lado, mesmo sem manifestação, pareciam minhas cúmplices, isso me deu coragem... Passado bem uns 5 minutos, a fera se foi.
A lição que fica: Não é incomum assistir a destruição dos bens públicos, como se eles não fossem de ninguém. A ignorância não permite avaliar que o que é público é de todos e todas, inclusive das crianças. Todos e todas pagam impostos e, portanto, todos e todas têm direito e responsabilidade de zelar, cuidar, como se faz em casa. O público é a nossa casa grande. Se alguém, mesmo uma criança, jogar um papel na nossa sala, certamente a faremos recolher e levar até o lixo, nossa cidade é a nossa sala grande.
Se todos e todas tomarem posse do público como seus, aos poucos, pessoas com essa mulher, não se sentirão seguras para destruir a minha, a sua, a nossa cidade...
Se acontecer algo semelhante com você, avalie o tamanho da criatura e se der, assuma o risco e enfrente.
________
Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e coordenadora da Spiritual Care Consultoria.
Para comentar ou ler outros artigos clique aqui e aqui.

8 pitacos:

Anônimo,  07:08  

Sou a favor do que está escrito neste texto, com exceção de uma coisa: esse negócio de todas e todos é frase de pessoas como a mulher gorda e sem educação que queria quebrar os equipamentos, como fizeram no Paço Municipal na ocasião da greve dos servidores!

Anônimo,  07:47  

Muitíssimo bom cidadã Maria Newnam. De um modo geral as pessoas não dão valor ao que é público. O que é de todos não é de ninguém. Como dizia o Cristovan Buarque (o cara que vote nele - não sei em quem os professores votaram): educação é tudo.
Gosto dos seus artigos, mas não estou me aguentando, vou ter que criticá-la, este negócio de todos e dodas isto, todos e todas aquilo, será que precisa desta nojeira para referir-se a todos?

Anônimo,  08:38  

como disse o prefito de campo mourao deusolivre.

Anônimo,  09:01  

Vejo alguns blogueiros aprovando a atitude da cidadã teóloga. Apesar de nao concordar com a maneira da senhora obesa, discordo tanto quanto ou mais da teóloga, que nao aprendeu no seu curso, como dirigir-se a uma pessoa. Tenho parentes obesos, que devem ser sentir dificuldades em fazer exercicios nos lugares publicos, eles ja vao a esses lugares, sentindo-se inferiorizados pelo seu peso. A teóloga deveria com jeito e modos, aproximar-se, fazer amizade e mostrar que aquele modo de proceder, poderia quebrar a aparelho, e nao da forma que ela descreve ter feito. Totalmente reprovavel, a forma como ela se dirigiu a senhora obesa, faltou o respeito ao ser humano, que nao estava tentando quebrar o aparelho, iria qubrar pelo seu excesso de peso, de forma inconsciente.

Anônimo,  09:52  

Tá aê. Vamos construir academias para gordos e outras para magros... Destruir pode.

Anônimo,  01:46  

A senhora se acha, hem d. Maria? Chamar alguém de MOCRÉIA por ser gorda???? Já houve tempo que a senhora foi bastante respeitada, ou melhor, enganava algumas pessoas, mas... que bom... não engana todo mundo o tempo todo... como dizia aquele ditado!!!

Anônimo,  07:34  

Esta senhora se diz teóloga, mas isso não existe, pois a própria bíblia diz que as mulheres devem ficar caladas nas igrejas, não devem ensinar mas serem submissas aos homens, tá na bíblia é só ler. Quando se vai em contra-mão à natureza, acaba-se metendo as mãos pelos pés, como ela o fez, se dirigindo ao alheio com preconceito e arrogância, bem próprio de quem se acha "teóloga".

Anônimo,  19:10  

Dizem que ela não é teóloga, nem pedagoga (pois não tem prática em nenhuma dessas coisas), é só... a ESPOSA do PASTOR AMERICANO.
Vai cuidar do rebanho da sua igreja e deixa de preconceito, mulher!

Postar um comentário

Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.

  © Blogger templates 2008

Para cima