Não sou de ninguém, sou de todo mundo
Por MARIA NEWNUM:
Estava eu tentando perder os meus excessos de kilos na academia a céu aberto do Parque Ingá no centro de Maringá. Ao chegar constatei que já haviam 3 aparelhos quebrados e a academia é novinha. Foi quando vi uma mulher que tinha pelos menos 3 vezes o meu peso (e olha que estou gorda), dependurar-se e num impulso jogar todo peso e erguer os pés no eixo de sustento daquele aparelho que tem umas espécies de argolas destinadas apenas para pendura-se delicadamente de um lado para o outro, de modo a alongar o corpo.
Fiquei espantada. O rapaz, muito educado que a acompanhava disse: - "você vai arrancar tudo, olha os parafusos do chão, vão se soltar". Que nada, a mulher, repetiu o feito. Não resisti e disse: - Moça, você vai estragar isso. Só pelo olhar, achei que fosse levar uma surra. Respondeu: - “Isso te incomodou?" - Considerei a cara de mostro que fez, mas disse: - Lógico que sim. E ela - "Então vá para uma academia". Eis a dúvida cruel, calar a boca, ou reagir, correndo o risco de levar uns tabefes?
Assumi o risco e disse: - Isso não é só seu, é meu também e de muitas pessoas. A mocréia, vejam, já perdi a compostura, disse: - "É meu também eu pago impostos..." E eu sem noção do perigo continuei: - E isso te dá o direito de destruir? E ela - "Sua grossa, sem educação..." E eu, parecendo bem tranqüila no meu exercício de remo, mas já cega de raiva me vendo rolar no chão com a sujeita, disse: - Você toma uma atitude dessa e vem dizer que não tenho educação? Continuei remando, - Você não tem noção de civilidade?
Foi quando a moça da prefeitura que orienta os exercícios apareceu e a mulher deselegante e irascível sentou-se no banco e calou-se. Continuei remando, e ela lá, sentada me olhando. Pensei, vou apanhar... As pessoas ao lado, mesmo sem manifestação, pareciam minhas cúmplices, isso me deu coragem... Passado bem uns 5 minutos, a fera se foi.
A lição que fica: Não é incomum assistir a destruição dos bens públicos, como se eles não fossem de ninguém. A ignorância não permite avaliar que o que é público é de todos e todas, inclusive das crianças. Todos e todas pagam impostos e, portanto, todos e todas têm direito e responsabilidade de zelar, cuidar, como se faz em casa. O público é a nossa casa grande. Se alguém, mesmo uma criança, jogar um papel na nossa sala, certamente a faremos recolher e levar até o lixo, nossa cidade é a nossa sala grande.
Se todos e todas tomarem posse do público como seus, aos poucos, pessoas com essa mulher, não se sentirão seguras para destruir a minha, a sua, a nossa cidade...
Se acontecer algo semelhante com você, avalie o tamanho da criatura e se der, assuma o risco e enfrente.
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Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e coordenadora da Spiritual Care Consultoria.
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8 pitacos:
Sou a favor do que está escrito neste texto, com exceção de uma coisa: esse negócio de todas e todos é frase de pessoas como a mulher gorda e sem educação que queria quebrar os equipamentos, como fizeram no Paço Municipal na ocasião da greve dos servidores!
Muitíssimo bom cidadã Maria Newnam. De um modo geral as pessoas não dão valor ao que é público. O que é de todos não é de ninguém. Como dizia o Cristovan Buarque (o cara que vote nele - não sei em quem os professores votaram): educação é tudo.
Gosto dos seus artigos, mas não estou me aguentando, vou ter que criticá-la, este negócio de todos e dodas isto, todos e todas aquilo, será que precisa desta nojeira para referir-se a todos?
como disse o prefito de campo mourao deusolivre.
Vejo alguns blogueiros aprovando a atitude da cidadã teóloga. Apesar de nao concordar com a maneira da senhora obesa, discordo tanto quanto ou mais da teóloga, que nao aprendeu no seu curso, como dirigir-se a uma pessoa. Tenho parentes obesos, que devem ser sentir dificuldades em fazer exercicios nos lugares publicos, eles ja vao a esses lugares, sentindo-se inferiorizados pelo seu peso. A teóloga deveria com jeito e modos, aproximar-se, fazer amizade e mostrar que aquele modo de proceder, poderia quebrar a aparelho, e nao da forma que ela descreve ter feito. Totalmente reprovavel, a forma como ela se dirigiu a senhora obesa, faltou o respeito ao ser humano, que nao estava tentando quebrar o aparelho, iria qubrar pelo seu excesso de peso, de forma inconsciente.
Tá aê. Vamos construir academias para gordos e outras para magros... Destruir pode.
A senhora se acha, hem d. Maria? Chamar alguém de MOCRÉIA por ser gorda???? Já houve tempo que a senhora foi bastante respeitada, ou melhor, enganava algumas pessoas, mas... que bom... não engana todo mundo o tempo todo... como dizia aquele ditado!!!
Esta senhora se diz teóloga, mas isso não existe, pois a própria bíblia diz que as mulheres devem ficar caladas nas igrejas, não devem ensinar mas serem submissas aos homens, tá na bíblia é só ler. Quando se vai em contra-mão à natureza, acaba-se metendo as mãos pelos pés, como ela o fez, se dirigindo ao alheio com preconceito e arrogância, bem próprio de quem se acha "teóloga".
Dizem que ela não é teóloga, nem pedagoga (pois não tem prática em nenhuma dessas coisas), é só... a ESPOSA do PASTOR AMERICANO.
Vai cuidar do rebanho da sua igreja e deixa de preconceito, mulher!
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.