Por que apanha tanto

Der Milton Ravagnani, hoje em O Diário (para cadastrados):

Em fevereiro deste ano, a Secretaria de Educação fez um concurso (edital 021/05) para contratar professor de Educação Artística para atuar nas escolas do município. O requisito era ter habilitação específica, obtida em curso superior de graduação, correspondente a licenciatura plena em Educação Artística.
Antes de tudo, é bom esclarecer que o Conselho Nacional de Educação, do Ministério da Educação (MEC), retificou, por meio da homologação do parecer nº 23/121, de 2005, o termo "Educação Artística" para "Arte", considerando a formação específica plena em uma dessas quatro modalidades (que eles chamaram de linguagens): artes visuais, dança, música e teatro.
Pois bem, das 12 vagas abertas no concurso, apenas dez candidatos atingiram a média necessária para aprovação. Desses, três ainda não haviam concluído a graduação, sendo eliminados, e outros três, formados no curso de Música, da UEM, foram impedidos de serem contratados, sem um único motivo plausível.
Veja bem, são profissionais, bacharéis em curso que habilita para a docência em Artes, como determina o MEC, e não podem exercer sua profissão, mesmo tendo sido aprovados por méritos próprios, porque a Secretaria de Educação do Município não lhes reconhece a habilidade específica, obtida na formação, como legítima.
Os três aprovados no concurso (em 1º, 3º e 6º lugares) pleitearão a integração no quadro do magistério municipal na Justiça. Mas não apenas isso. Irão exigir os vencimentos que deveriam estar recebendo desde a contratação dos outros aprovados, e uma indenização por dano moral pela arbitrariedade cometida pelo órgão municipal.
Adivinhe quem vai pagar a conta, caso a Justiça dê a eles razão? Isso mesmo, o seu imposto.
Além de todo o desgaste político, que em última análise estoura no peito do prefeito, pode sobrar-lhe ainda mais uma açãozinha do Ministério Público, por descumprimento de Lei Federal.
Agora me diga: com uma equipe como essa, o prefeito precisa de oposição?