É lastimável ser gerenciado por idiotas

Por MARIA NEWNUM:

Não adianta a vasta bibliografia que ensina a conviver com líderes mentecaptos. Isso é de uma violência sem tamanho, destroça a moral e auto-estima adequada de qualquer mortal.
Certa vez uma amiga que buscava colocação há meses, se deparou no primeiro dia de trabalho com a gerente que disse: “Quando tenho dúvida eu mido com a régua”. (sic) Recusou o emprego. Hoje ocupa cargo de gerência de uma grande empresa.
Um dia um gerente contou-me que iria passar férias na Bahia; perguntei em que cidade, respondeu: Na Bahia ué? Foi apenas uma das asneiras que lembro. Que infeliz. Isso foi num banco importante. Perdi a motivação. Como hoje, naquela época, com vinte e poucos anos, reconhecia meus limites e desejava ser liderada por alguém que me tirasse da ignorância ao invés de me empurrar para a burrice. Pedi demissão; lastimo não ter podido processar a empresa por assédio; assédio moral à inteligência. Isso deveria ser crime previsto em lei.
Como teóloga e espiritualista chego a pensar que há algo “demoníaco” no ar. Do contrário, como explicar tantos imbecis em cargos de comando?
Porém, Roberto Shinyashik presidente da Editora Gente, em entrevista a revista Isto é sob título: Cuidado com os burros motivados, aponta teorias mais confiáveis.
Segundo ele “na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.” Ou seja, os que vendem a alma, os que dominam com maestria a “arte” de puxar-saco. Você já viu esse filme?
Outro dado descrito por Shinyashik é que “o mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal.” Parecer ser competente é tudo. Mas como permanecem?
Shinyashik destaca que outro grande problema reside no modelo de gestão que premia pessoas ineficientes: “Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento”. Arrisque perguntar a seu superior pelo último livro ou o curso de aperfeiçoamento que fez. Cuidado! Gente que pára no tempo, faz você estagnar.
Leia, atualize-se, não se deixe paralisar pelo feitiço da ignorância. Mas atenção! Os idiotas sentem-se ameaçados com os avanços de outros…
Por último, não confunda motivação com competência.
Shinyashik aconselha: “Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira”. Aqui é preciso humildade para ver que essa regra não se aplica apenas ao outro. Motivação, não deve bastar a quem almeja ser competente.
Em seu artigo, Inúteis e perniciosos, Rubem Alves avisa: “Competência tem a ver com a capacidade de resolver problemas reais,” Se você tem sobrevivido ao comando de um idiota, isso já demonstra que possui competência além dos limites de suas funções. Mas Alves diz que é pernicioso tudo que “deforma a nossa capacidade de pensar”.
Então pense! Qual é o prazo que dará para que o idiota se separe de você ou você dele?
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Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e Coordenadora da Spiritual care Consultoria.
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