A culpa é do cacoete
De O Globo:
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em nota enviado nesta tarde ao Globo, afirmou que "um cacoete de linguagem" e a transcrição imprecisa da entrevista dada hoje pela manhã à rádio CBN deram origem a o que ele considerou um mal-entendido sobre sua posição em relação à privatização da Petrobrás e do Banco do Brasil.
- Minha posição é clara: estas empresas devem ser públicas. Ao contrário do que vem ocorrendo no governo atual, que as utiliza para fins privados, no interesse de grupos e partidos políticos- declara o ex-presidente na nota.
3 pitacos:
Sobre a matéria, segue abaixo publicação sobre o assunto veículado na Folha de São Paulo desta quarta-feira: (obs: o texto foi copiado e colado)
São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2006
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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
FHC cria confusão ao falar de privatização da Petrobras
Ex-presidente diz não ser contrário à medida e depois emite nota explicativa
Tucanos dizem que Alckmin preferia que FHC estivesse longe da campanha, para evitar comparação petista do governo Lula ao anterior
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
De volta da Espanha, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso provocou tremores ontem na campanha de Geraldo Alckmin à Presidência ao, num ato falho - ou "cacoete de linguagem", como justificou - dar a entender que defende a privatização da Petrobras.
Foi na manhã de ontem, em entrevista à rádio CBN. Após chamar de arcaica a discussão sobre a pertinência das privatizações, FHC afirmou que "ninguém vai privatizar a Petrobras". Mas, imediatamente, declarou: "Não sou contrário à privatização da Petrobras".
Como Alckmin é tachado de privatista pelo presidente Lula, o ruído fez com que FHC divulgasse nota para se explicar: "Um cacoete de linguagem, de minha parte, e uma transcrição imprecisa da entrevista [...] deram origem a um mal-entendido sobre minha posição quanto ao controle da Petrobrás e do Banco do Brasil", diz a nota, na qual FHC atribui a confusão à omissão de uma vírgula:
"Perguntado sobre a onda de desinformação e terrorismo eleitoral em torno do assunto, declarei textualmente: "Isso é demagogia. Ninguém vai privatizar a Petrobras. Eu disse isso quando foi feita a lei (que flexibilizou o monopólio estatal no setor). Eu mandei uma carta ao Senado. Eu não (e aqui caberia a vírgula ou o ponto e vírgula que ficou faltando para dar sentido à frase), sou contrário à privatização da Petrobras. Ela deve ser outra coisa: uma empresa pública. E não ser utilizada para fins políticos".
FHC se refere à carta que enviou ao Senado em agosto de 1995, quando se comprometeu a não privatizar a Petrobras. Apesar do esclarecimento, divulgado quase nove horas depois da entrevista, a confusão tende a desgastar ainda mais a relação entre FHC e Alckmin.
Segundo tucanos, Alckmin está contrariado com o comportamento de FHC, que, no primeiro turno, divulgou uma nota em que admitia a derrota para Lula. À revista "Playboy", FHC disse ainda que José Serra é o homem mais preparado para assumir a Presidência.
Ainda segundo tucanos, Alckmin reclama com freqüência de FHC, lembrando até que abrigou seus indicados no Palácio dos Bandeirantes quando assumiu o governo. Alckmin teria dito que preferiria FHC longe da campanha, para esvaziar a estratégia do PT de comparar o governo Lula com o do tucano.
Na entrevista, FHC citou a privatização da Embraer, da Vale do Rio Doce e do sistema de telefonia como exemplos bem-sucedidos no país. Disse que o Instituto de Resseguros do Brasil só não foi privatizado pelo governo Lula por falta de tempo. Mas devia, para evitar o escândalo do mensalão: "Está havendo uma discussão arcaica: se deve haver privatização ou não. Claro que sim. Já houve privatização. Taí, funcionou".
Já estão querendo privatizar antes de ganhar imagina se ganhar.....
Se ganhasse, você quer dizer, né?
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