22.9.06

Está faltando alguém?

Do blog de Cid Benjamin:

Vou contar uma historinha. Cada qual que tire suas conclusões.
Em fevereiro de 2002, pouco depois da morte de Celso Daniel, fui a Porto Alegre a trabalho, cobrir para um jornal do Rio o Fórum Social Mundial. Lá, conversei com José Dirceu. Tínhamos relações cordiais, ainda que no PT fôssemos adversários. Antes da conversa, ele me advertiu: “Não falo sobre a morte de Celso Daniel”. Ainda que este fosse o meu maior interesse, achei que valia a pena encontrá-lo. Conversamos e ele, depois que relaxou, tratou inclusive da morte do prefeito de Santo André. Mas apenas para tentar me convencer de que era correta a versão fantasiosa sustentada pelo PT, de que tudo não passara de um crime comum, ocasional. Vi que não valeria a pena tentar conversar seriamente sobre o assunto e deixei-o à vontade. Tampouco lhe disse o que sabia, para preservar minhas fontes de dentro do próprio PT (muito do que apurei na época nunca foi publicado, porque as fontes não autorizaram).
Lá pelas tantas, na sua megalomania, Dirceu disse: “Estou montando um serviço secreto dentro do PT. Uma coisa que será sigilosa e que as pessoas sequer saberão que existe. E esse serviço vai ficar subordinado diretamente a mim”.
Fiquei intrigado. Por que diabos ele estaria me contando isso? Será que pensa em me recrutar para seu SNI particular? Mas, depois me convenci que sua tagarelice advinha mesmo da descomunal vaidade.
Hoje, tudo indica que essa autêntica Operação Tabajara foi produto do serviço secreto criado por Dirceu.
Estará ele ainda à frente desse simulacro de KGB?
Eu não afastaria a hipótese.

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