15.9.06

Ao amigo Zé Cláudio

(O artigo é a propósito do terceiro aniversário da morte do ex-prefeito José Cláudio, que transcorre amanhã, e está originalmente no site do PT)

José Cláudio era um grande orador, desses que os nossos tempos não produzem mais. Quando se dirigia ao grande público, tinha o dom de convencer e de fazer rir ou chorar.
José Cláudio era mestre na arte de produzir emoções em quem o ouvia, mas, nas relações cotidianas, não costumava expressar suas próprias emoções. Habitualmente, fechava-se em uma atitude tímida e reservada, que produzia a imagem do homem sisudo. Tal era o risco gerado por sua peculiar timidez.
José Cláudio era um homem afetuoso, mas, por causa de sua atitude reservada, tinha dificuldade para ser expansivo até com amigos de seu círculo mais próximo. Essa característica fazia com que seus amigos também se sentissem inibidos para expressar o afeto fraternal que nutriam por ele.
Em outra época e lugar, a respeito da morte de um grande líder político, alguém escreveu: “Nossos corações estão partidos pela dor sem limite porque, por uma grande graça da história, nascemos contemporâneos dele, com ele trabalhamos e dele aprendemos”.

Guardadas as devidas proporções, seus companheiros de luta poderiam dizer a mesma coisa a respeito de José Cláudio. Porém, quando ele partiu tão subitamente, o desconcerto não foi apenas porque o destino nos privou do líder político, cujo potencial era reconhecido até mesmo por seus adversários. O principal desconcerto era provocado pela perda de um amigo. Naquele momento, como ocorre nas circunstâncias em que a vida nos aparta de uma pessoa muito querida, ficamos com aquele sentimento de dívida e de dúvida. Não foi raro a gente se perguntar: “será que ele sabia quanto gostávamos dele?”.
Quando escrevo essas linhas, assaltam-me a memória versos da poeta Helena Kolody. Em seus habituais momentos de genialidade, ela escreveu algo mais ou menos assim (cito de memória): “as palavras batem no muro da morte/ e sempre caem do lado de cá”. A barreira pode até ser intransponível, mas nossas manifestações de afeto, impostas pela saudade do nosso amigo, buscam seus próprios meios de fruição, ainda que sem a beleza dos versos da poeta.
As lutas de José Cláudio continuam sendo as nossas lutas. Continuamos sonhando seus sonhos. Não consideramos excessivo celebrar a amizade que a vida construiu e que nem uma fatalidade pode desfazer. Assim como os sonhos, as amizades são eternas.
Um abraço, Zé, de seus amigos.

Reginaldo Dias
Partido dos Trabalhadores de Maringá

3 pitacos:

Anônimo,  13:06  

Se ele não tivesse partido, tudo seria diferente !!!

quantas tristezas a menos...
quantas desilusões a menos...
quantas dificuldades a menos...
quantas alegrias a mais !!!

Que saudades José Cláudio !!!

Anônimo,  23:04  

É Zé, três anos, qta saudade, qta tristeza, vc faz falta companheiro e vai esta presente em muitas memorias por muitos anos...

Anônimo,  18:23  

Joaõ Ivo deu continuidade ao mandato de Zé Cláudio com competência e dignidade.
Só não ganhou a eleição por ter feito as "alianças" que fez no segundo turno, pelo dinheiro gasto pelos Barros, e principalmente por não tero o carisma e a capacidade de oratória que o Zé possuía.

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