13.8.06

No limite da honra

De Ruth Bolognese:

Amigo de família há muitos anos, o deputado federal Ricardo Barros, do PP de Maringá, reagiu, entre surpreso e indignado, ao ver o nome dele incluído na lista dos 11 deputados paranaenses envolvidos em processos judiciais e publicada aqui, nesta semana. Afinal, o motivo era pueril, uma dívida de imposto atrasado de uma antiga rádio de Maringá, da qual já nem é mais dono, e renegociada. Se o manual da imparcialidade recomenda a nota explicativa, os laços de amizade reforçam ainda mais a velha fórmula de dar espaço para os dois lados da notícia. Mas Ricardo Barros recusou a oferta. Só queria garantir que, na republicação da tal lista, o nome dele viesse acompanhado da justificativa documentada no Supremo Tribunal.
Animal político por excelência, o deputado-amigo de Maringá sabe que uma informação, quando ganha a rua, é ovelha desgarrada, capaz de seguir sozinha, independente, e pior, clonar-se em mil versões, de acordo com o desejo do freguês ou, no caso, do adversário. Precedente mais do que perigoso, ameaçador. Tudo isto posto, e eis aí a espiral de culpa (pela publicação do nome do deputado na lista) e justificativa (afinal, era só um imposto não pago) enredando o trabalho diário.
Ficar com minhocas assim, conturbando a cabeça, afugenta o sono, mas também clareia as idéias. O deslize, a estas alturas já considerado insignificante, do deputado Ricardo Barros, é o retrato mais claro das concessões absurdas que nós, como sociedade brasileira, estamos fazendo para a política brasileira. E essas concessões começam na Justiça Eleitoral, passam pelos candidatos e pela Imprensa e desabam nas urnas.

(É, ela é mesmo amiga do parlamentar, e assim como O Diário aceitou sem contestação a justificativa do parlamentar. Já quem conhece...)

4 pitacos:

Anônimo,  11:07  

Uma, somente com uma afirmação eu concordo com a lambe-botas. O cara nunca trabalhou na vida e é realmente um ANIMAL político. Com quatro patas para coices.

Anônimo,  11:07  

O Diário e os amigos aceitam a justifica? Por que será? Será que se não aceitarem o deputado esvazia a caixa desta imprensa?

Todos sabemos que amizade de deputado vem com um selinho de validade econômica.

Anônimo,  17:53  

Há varias formar de furtar. E uma delas, talvez a pior, é sonegar impostos.

Fica aquí uma pergunta: Quem é mais ladrão? Aquele que furta um ou aquele que furta todos os brasileiro?

Anônimo,  09:22  

Vem cá, ela também vai defendê-lo no caso da LISTA DE FURNAS, onde surrupiou 75 mil reais dos cofres públicos da estatal para campanhas políticas? Ou talvez tente explicar o porquê o deputado Ricardo Barros gasta tanto com GASOLINA, conforme apresentaram dias atrás e supostamente ainda usando notas fiscais frias para justificar e receber a tal verba da câmara? Disso aí ele não explicou nada não né? Ah tá, imaginei mesmo. Nem é com ele...

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