Um fato, enfim
De Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo de hoje:
SÓ COM A DEMONSTRAÇÃO de que tem potencial para provocar o segundo turno na disputa pela Presidência, a senadora Heloísa Helena já causou no círculo de Lula um abalo que a deixa vingada da violência totalitária que a excluiu do PT. A inquietação planaltina, portanto, é efeito de outra obra política de José Dirceu e José Genoino, esta sem suscitar dúvida sobre a participação de Lula, que fez bem mais do que abençoar a exclusão dos que não renegaram o programa do PT e os compromissos eleitorais do próprio Lula.
Dizem que vingança boa é a frio, mas Heloísa Helena pode esquentar a disputa eleitoral com bom proveito. Para reconhecer que as circunstâncias do mundo atual, e particularmente as do Brasil, pedem mais realismos do que utopias, ninguém precisa abandonar os seus sonhos. A subida de 6% para 10% em menos de três semanas, registrada pelo Datafolha que constatava a estagnação dos outros candidatos, indica que Heloísa Helena achou uma boa linguagem para aproveitar bem a série de velozes aparições que teve há pouco na TV. Daí se podem obter duas deduções relativas ao seu demonstrado potencial, senão (ainda?) para vencer, para dar cores melhores à disputa até agora tão sombria.
A primeira dedução refere-se ao teor e à linguagem do programa de campanha que apresentará. Tanto pode ter o propósito de pregação ideológica, com atração eleitoral mais do que duvidosa, ou trazer o sonho para perto do chão dos eleitores frustrados. Neste caso, com provável efeito eleitoral. O programa está incumbido ao vice da chapa, Cesar Benjamin, que é muito qualificado.
Mas a eficácia eleitoral do programa de candidata vai depender, em grande parte, de outro programa - e essa é a segunda dedução. Se Heloísa Helena foi tão beneficiada por seus recentes flashes na TV, o seu tempo no horário gratuito terá muita importância para sua candidatura. E aí a coisa pega. O seu tempo mede-se em segundos. Para aumentá-lo, só com uma aliança. Com o PDT, por exemplo, iria para cerca de três minutos - tempo usual (e incomum) dos bons comentários de TV e rádio. O exemplo, no caso, não é tão hipotético.
Heloísa Helena revela-se "o fato" do novo Datafolha, com o crescimento que sugere segundo turno entre Lula e Alckmin, mas a estagnação desses dois é também significativa. No caso de Alckmin, não só por sua queda no Sul, de 37% para 31%, como ainda ao descer de 17% para 13% no Nordeste depois de adotar um nordestino como vice. Lula, por sua vez, mantém no Nordeste o apoio, sem precedente, de quase dois terços do eleitorado da região, mas, a intensidade de sua continuada presença na TV e nos jornais - além das ações governamentais de sentido eleitoreiro- não condiz com a redução do seu índice total, de 46% para 44%, embora na margem de erro.
Logo se saberá se Heloísa Helena apenas restaura a expressão fogo de palha.
Dizem que vingança boa é a frio, mas Heloísa Helena pode esquentar a disputa eleitoral com bom proveito. Para reconhecer que as circunstâncias do mundo atual, e particularmente as do Brasil, pedem mais realismos do que utopias, ninguém precisa abandonar os seus sonhos. A subida de 6% para 10% em menos de três semanas, registrada pelo Datafolha que constatava a estagnação dos outros candidatos, indica que Heloísa Helena achou uma boa linguagem para aproveitar bem a série de velozes aparições que teve há pouco na TV. Daí se podem obter duas deduções relativas ao seu demonstrado potencial, senão (ainda?) para vencer, para dar cores melhores à disputa até agora tão sombria.
A primeira dedução refere-se ao teor e à linguagem do programa de campanha que apresentará. Tanto pode ter o propósito de pregação ideológica, com atração eleitoral mais do que duvidosa, ou trazer o sonho para perto do chão dos eleitores frustrados. Neste caso, com provável efeito eleitoral. O programa está incumbido ao vice da chapa, Cesar Benjamin, que é muito qualificado.
Mas a eficácia eleitoral do programa de candidata vai depender, em grande parte, de outro programa - e essa é a segunda dedução. Se Heloísa Helena foi tão beneficiada por seus recentes flashes na TV, o seu tempo no horário gratuito terá muita importância para sua candidatura. E aí a coisa pega. O seu tempo mede-se em segundos. Para aumentá-lo, só com uma aliança. Com o PDT, por exemplo, iria para cerca de três minutos - tempo usual (e incomum) dos bons comentários de TV e rádio. O exemplo, no caso, não é tão hipotético.
Heloísa Helena revela-se "o fato" do novo Datafolha, com o crescimento que sugere segundo turno entre Lula e Alckmin, mas a estagnação desses dois é também significativa. No caso de Alckmin, não só por sua queda no Sul, de 37% para 31%, como ainda ao descer de 17% para 13% no Nordeste depois de adotar um nordestino como vice. Lula, por sua vez, mantém no Nordeste o apoio, sem precedente, de quase dois terços do eleitorado da região, mas, a intensidade de sua continuada presença na TV e nos jornais - além das ações governamentais de sentido eleitoreiro- não condiz com a redução do seu índice total, de 46% para 44%, embora na margem de erro.
Logo se saberá se Heloísa Helena apenas restaura a expressão fogo de palha.
1 pitacos:
Há muitos dias percebo que este texto não recebeu posts...
Deve haver algum motivo para isto, não é ?
Se depender de mim, vai continuar sem comentários, devido ao seu tom parcial.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.