26.7.06

Mortes

Trecho de matéria, de Juliana Daibert, que é manchete em O Diário desta quarta, 26 de julho de 2006:
Infarto do miocárdio já matou 56 em Maringá
Nos primeiros seis meses do ano morreram 797 maringaenses. A exemplo do relatório divulgado em março último pela Secretaria de Saúde, com base nos óbitos de 2005, doenças do sistema circulatório como infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral continuam respondendo pelo maior número de mortes. A menor média de óbitos registrada no primeiro semestre foi em fevereiro, com 112 pessoas. A média mais alta é de junho, mês em que 149 pessoas morreram. Os dados são registrados mensalmente pela Coordenação de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, com base em todas as certidões de óbito expedidas na cidade.
Até a década de 80, segundo Janete Fonzar, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, as doenças infecciosas e parasitárias causavam mais mortes do que outros grupos de doenças. A intensificação das campanhas de vacinação e o investimento no tratamento para os portadores do vírus HIV são exemplos de ações que contribuíram para mudar essa realidade. A alteração nas relações de trabalho, que passou a ditar as regras em todo o mundo, também contribuiu para essa mudança. “Somos tão estressados quanto as populações de países desenvolvidos”, diz ela.
De acordo com Janete, chama a atenção nos números o fato de que muitas das mortes poderiam ter sido evitadas. “Infelizmente a prevenção não é tratada com a devida importância por grande parte das pessoas”, diz. “Quando o serviço de saúde é procurado, a doença já está em fase avançada”, completa. Entre as mortes evitáveis, na opinião da coordenadora, estão as provocadas pela diabetes, pelos acidentes de trânsito, o próprio infarto e outros problemas que agonizam o sistema circulatório.
A opinião da cardiologista Denise Matias de Campos vai de encontro à análise de Janete. “Existe um desconhecimento dos fatores de risco que levam ao desenvolvimento das doenças circulatórias. E quando a pessoa conhece os riscos, em muitos casos, ela acaba não dando o devido valor”, explica. A cardiologista enumera a diabetes, pressão alta, alteração do colesterol, tabagismo e sedentarismo como alguns desses fatores. “A gordura abdominal também é um sinal importante”, lembra a cardiologista. Ainda segundo Denise, quando esse paciente procura orientação médica o fator de risco evoluiu e já virou doença. “Há situações em que o médico consegue intervir muito pouco. É isso o que acontece.”
Alguns males, como a hipertensão, se controlados, permanecem como fatores de risco. No entanto, se não tratados, contribuem para o aparecimento de outros problemas. “A hipertensão é um alicerce para a doença circulatória. A partir dela é que os problemas surgirão”, ensina Denise. Quem não cuida da pressão alta poderá apresentar insuficiência cardíaca, a segunda causa de morte entre as doenças circulatórias. “O coração tem de trabalhar batendo contra uma pressão muito alta. Chega um momento em que ele entrega os pontos por não aguentar tanto esforço”, explica a cardiologista. Nos dados da Vigilância Epidemiológica, 21 maringaeses morreram em decorrência desse problema.
A idade das vítimas fatais das doenças circulatórias ilustra a gravidade e a precocidade do problema. Entre os 15 e 49 anos, 14 pessoas morreram. Acima de 80 anos, as mortes atingiram 95 pessoas. Para a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, a atenção básica pode contribuir para diminuir os números. “É preciso melhorar a qualidade da assistência médica para fazer o diagnóstico precoce e evitar os fatores de risco”, acredita.

Trecho de matéria de Murilo Gatti, em 26 de março deste ano, em O Diário (não foi manchete mas teve a principal foto da capa):
Maringaense morre mais da cabeça e do coração
De todas as pessoas que morreram em 2005 em Maringá, 56,8% (889) eram homens e 43,2% (675) mulheres. No entanto, entre os nascimentos registrados na cidade no ano passado os homens também foram maioria. Nasceram 4.181 crianças: 51% (2.136) do sexo masculino contra 49% (2.045) do sexo feminino.
Mesmo assim, a diferença numérica entre homens e mulheres voltou a aumentar em Maringá, que passou a ter 123 mulheres a mais em 2005. A população da cidade, estimada hoje em 318.953 pessoas, conta com 165.898 mulheres (52%) e 153.055 homens (48%). A proporção entre os dois sexos na cidade é semelhante a do Brasil.
De acordo com dados do Sistema de Previdência Social, os homens são maioria no Brasil até a adolescência, mas a partir dos 20 anos as mulheres passam a ser maioria. A diferença cresce à medida que a idade aumenta. Entre a população brasileira com mais de 60 anos, por exemplo, as mulheres representam 55,1% contra 44,9% de homens.
Um dos principais motivos para a população masculina ser menor a partir dos 20 anos são as causas externas de mortes como acidentes de trânsito, homicídios e suicídios. Com exceção da região Sul e Sudeste do Brasil, as causas externas ocupam a segunda colocação na origem das mortes.
Em Maringá, como na região sul do Brasil, as causas externas estão em quarto lugar na relação de óbitos. Na cidade, 145 pessoas morreram em situações assim no ano passado, sendo 101 homens e 41 mulheres.
O que não muda em todo Brasil e também ocorre em Maringá é que a principal causa das mortes são as doenças no aparelho circulatório, que abrangem os infartos, o acidente vascular cerebral (AVC) e as insuficiências cardíacas.
Em Maringá, 31% das mortes registradas em 2005 foram provocadas por problemas ligados ao aparelho circulatório. O médico cardiologista Abdol Hakim Assef lembra que no mundo inteiro também é assim. “Cerca de 30% das mortes em todo o mundo ocorrem devido a doenças cardíacas”, relata.
Já a segunda principal causa de mortes em Maringá são as neoplasias (cânceres). Esse mal tirou a vida de 314 pessoas, o que representa 20% do total de falecimentos em todo o ano de 2005.
Em terceiro lugar nas causas de mortes ocorridas em Maringá no ano passado estão as doenças relacionadas ao aparelho respiratório, que inclui, em menor proporção, os casos de pneumonia e em maior número a doença crônica obstrutiva pulmonar (DPOC).

2 pitacos:

Anônimo,  06:39  

Interessante a matéria. Este tipo de doença está ligado à mudança de hábitos alimentares e ao tipo de vida sedentário e estressante.

Quanto ao consumo de alimento, vejo nos carrinhos em supermercado tudo o que é porcaria cardíaca: margarina, bolachas, pizzas, coca-cola...as delícias caras e enfartantes. Nós pagamos para morrer, não é?

Anônimo,  18:15  

Isso quer dizer que estamos muito mal de:
1.- CARDIOLOGISTAS;
2.- ORTOMOLECULARES;
3.- MÉDICOS QUE TRATAM DE OBESIDADES;
4.- ACADEMIAS MAL PREPARADAS;
Enfim, estamos lascados.........
Maringá está cerceada pela sociedade médica local, que não deixa a medicina da cidade evoluir, por RESERVA DE MERCADO.....

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