O preço da terra despenca na região
A matéria é de Lyrian Saiki e está em O Estado do Paraná deste domingo:
A crise no campo, considerada uma das piores na história da agricultura, já está refletindo no preço da terra. Na região de Maringá, o alqueire, que custava cerca de R$ 50 mil dois anos atrás, agora vale aproximadamente R$ 25 mil. Isso quando há comprador. É que mesmo com o preço baixo, muitos não se arriscam em investir em novas propriedades.
“Está tudo parado. Não há negócio algum na região”, contou o agricultor Marco Bruschi Neto, de Maringá. “A nossa moeda é a soja, mas o preço está tão baixo que é até difícil saber quanto de fato vale a terra”, contou. Na região, segundo ele, o alqueire está oscilando entre R$ 25 mil e R$ 28 mil. “Por enquanto, ninguém está vendendo nem comprando. Mas dependendo das medidas que o governo vai anunciar, vai ter muita gente colocando a terra à venda”, comentou.
De acordo com Bruschi, a crise vem afetando também os arrendamentos. Segundo ele, no caso de arrendamento com preço fixo - normalmente 40 sacas de soja por alqueire - já não vale mais a pena, porque quem arrenda tem que garantir a entrega desta quantidade independentemente da produção. Outro tipo de arrendamento é o de porcentagem, que varia entre 30% e 35% da produção. No caso de Bruschi, ele tem uma propriedade de 80 alqueires - onde cultiva soja, milho e trigo - e arrenda outros 70 (40 no preço fixo e 30 na forma de porcentagem).
Para o agricultor, só há uma solução para pôr fim à crise: a valorização do dólar. “Não adianta colocar o preço mínimo nos produtos agrícolas, porque depois o governo não garante. Se ele não mexer no câmbio, vai ficar complicado”, afirmou Bruschi, que participou do protesto dos agricultores no último dia 16, levando dois tratores para as rodovias.
Em Paiçandu, região de Maringá, a situação não é diferente. Segundo o agricultor João Bologuesi, o alqueire, que chegou a valer R$ 60 mil há cerca de dois anos, hoje não passa de R$ 23 mil. “Um vizinho está tentando vender a R$ 30 mil o alqueire, mas não está conseguindo. Outro tem uma chácara com um alqueire e está oferecendo por R$ 27 mil, mas também não há comprador”, contou. Segundo ele, quanto maior a propriedade - acima de dez alqueires, por exemplo -, mais complicado é para encontrar um comprador.
Bologuesi, que toca uma fazenda de 80 alqueires com outros cinco irmãos, conta que ainda não precisou se desfazer de parte da terra nem de maquinários. Mas revela que terá dificuldades para pagar o financiamento de R$ 80 mil que fez junto ao banco para o custeio do plantio: a primeira parcela, de R$ 20 mil, vence no dia 15 de junho. A última tem vencimento para 15 de setembro. “Meu pai nunca pegou financiamento no banco e dizia para a gente nunca pegar também. Até o ano passado, a gente vinha conseguindo, sempre sobrava algum dinheiro, mas agora não dá mais”.
A queda do preço da soja está refletindo também em outro financiamento que Bologuesi: o de um trator, que está sendo pago em quatro parcelas anuais de R$ 20 mil. “Em abril do ano passado, vendi 582 sacas de soja para pagar uma parcela. Esse ano, tive que vender 1.004 sacas para pagar o mesmo valor”, revelou. Bologuesi reconhece que, apesar da crise, sua situação não é das mais complicadas. “Estou um pouco melhor. Ainda não precisei me desfazer de nenhum maquinário, mas conheço muita gente que teve que entregar as máquinas para pagar insumos como adubo, veneno”, contou.
“Está tudo parado. Não há negócio algum na região”, contou o agricultor Marco Bruschi Neto, de Maringá. “A nossa moeda é a soja, mas o preço está tão baixo que é até difícil saber quanto de fato vale a terra”, contou. Na região, segundo ele, o alqueire está oscilando entre R$ 25 mil e R$ 28 mil. “Por enquanto, ninguém está vendendo nem comprando. Mas dependendo das medidas que o governo vai anunciar, vai ter muita gente colocando a terra à venda”, comentou.
De acordo com Bruschi, a crise vem afetando também os arrendamentos. Segundo ele, no caso de arrendamento com preço fixo - normalmente 40 sacas de soja por alqueire - já não vale mais a pena, porque quem arrenda tem que garantir a entrega desta quantidade independentemente da produção. Outro tipo de arrendamento é o de porcentagem, que varia entre 30% e 35% da produção. No caso de Bruschi, ele tem uma propriedade de 80 alqueires - onde cultiva soja, milho e trigo - e arrenda outros 70 (40 no preço fixo e 30 na forma de porcentagem).
Para o agricultor, só há uma solução para pôr fim à crise: a valorização do dólar. “Não adianta colocar o preço mínimo nos produtos agrícolas, porque depois o governo não garante. Se ele não mexer no câmbio, vai ficar complicado”, afirmou Bruschi, que participou do protesto dos agricultores no último dia 16, levando dois tratores para as rodovias.
Em Paiçandu, região de Maringá, a situação não é diferente. Segundo o agricultor João Bologuesi, o alqueire, que chegou a valer R$ 60 mil há cerca de dois anos, hoje não passa de R$ 23 mil. “Um vizinho está tentando vender a R$ 30 mil o alqueire, mas não está conseguindo. Outro tem uma chácara com um alqueire e está oferecendo por R$ 27 mil, mas também não há comprador”, contou. Segundo ele, quanto maior a propriedade - acima de dez alqueires, por exemplo -, mais complicado é para encontrar um comprador.
Bologuesi, que toca uma fazenda de 80 alqueires com outros cinco irmãos, conta que ainda não precisou se desfazer de parte da terra nem de maquinários. Mas revela que terá dificuldades para pagar o financiamento de R$ 80 mil que fez junto ao banco para o custeio do plantio: a primeira parcela, de R$ 20 mil, vence no dia 15 de junho. A última tem vencimento para 15 de setembro. “Meu pai nunca pegou financiamento no banco e dizia para a gente nunca pegar também. Até o ano passado, a gente vinha conseguindo, sempre sobrava algum dinheiro, mas agora não dá mais”.
A queda do preço da soja está refletindo também em outro financiamento que Bologuesi: o de um trator, que está sendo pago em quatro parcelas anuais de R$ 20 mil. “Em abril do ano passado, vendi 582 sacas de soja para pagar uma parcela. Esse ano, tive que vender 1.004 sacas para pagar o mesmo valor”, revelou. Bologuesi reconhece que, apesar da crise, sua situação não é das mais complicadas. “Estou um pouco melhor. Ainda não precisei me desfazer de nenhum maquinário, mas conheço muita gente que teve que entregar as máquinas para pagar insumos como adubo, veneno”, contou.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.