Maringá sem passado
Por que nós, brasileiros damos tanta importância a outras formas de manifestação cultural do que a nossa própria? Se ligarmos as rádios FM ouvirá musicas americanas da qual a minoria ou quase ninguém entende suas letras, estampadas em camisetas palavras como I Love New York¨ faz sucesso entre os jovens isso sem falarmos nos filmes, séries etc. ...tudo isso vai moldando e até contaminando nossos costumes, tanto o é que as ditas duplas sertanejas hoje traz estilos de musica e dança imitando o ¨Country¨ originalmente pertencente a outra cultura, vaqueiro agora é ¨Cowboy,¨ debates virou ¨Workshop¨ e tantas outras influências.
Eu ouvi de alguém uma argumentação teórica que em simples palavras traduz este sentimento: Não valorizamos nossos costumes, e sim achamos bonito o que é estrangeiro por uma simples razão; não temos vínculo com nosso passado!
Há que se supor que nossa identidade cultural está fragmentada, pois se perdemos este vínculo, ou seja, se não resgatamos nossos feitos como nação e o povo fica vulnerável a outras culturas que enrolam a língua e cantam sandices em suas letras musicais e nós aplaudimos. Por exemplo, a Estação da Luz
Quando Maringá começou a ser formada também começou a formar seu patrimônio histórico: casas, equipamentos, carros etc... Tudo isto fez parte de nossa história e naturalmente vão sendo substituído por novas coisas, novos carros, casas, roupas e tudo o mais que vai se tornando ultrapassado. Evoluímos e não poderia ser diferente do mundo, mas se existem ainda parte desta história ela precisa ser preservada, isto é muito importante. Quando destruímos este patrimônio estamos destruindo nossas memórias, ficamos sem passado.
O prédio da Cia Melhoramentos Norte do Paraná é um exemplo, só a fachada está ficando de pé para dar lugar ao progresso. Por estar situado onde é um dos mais valorizados pontos comerciais não nos dá o direito de desfigurá-lo. Ali deveria existir um museu onde contássemos para as próximas gerações como fizemos de um lugar lamacento e poeirento a nossa cidade, ali pessoas negociavam, cavaleiros estacionavam seus cavalos em frente ao prédio onde não havia asfalto e poucos eram os carros. O Parque do Ingá que hoje é um fragmento do passado se desmancha em erosões, mas encontramos recursos para fazermos uma bela passarela metálica e um portal ¨cybernético¨, mas não nos preocupamos com as características originais nem com sua preservação. Onde está o Conselho Municipal do Meio Ambiente que tem conhecimento inclusive da não autorização da construção da passarela pelos órgãos competentes? A Estação Rodoviária também já tem suas características alteradas, ali muitos chegavam para aqui construir seu futuro, é importante sua preservação original.
Ainda há tempo de preservarmos Maringá, a memória coletiva é importantíssima para entendermos os ciclos econômicos e sociais que formaram nossa cidade. Que herança cultural deixaremos para nossos netos? Como se referirão a nós? De geração ambiciosa que viu nos lucros financeiros motivos para destruir o que foi lentamente construído? Será que os administradores da cidade não cresceram aqui nem conhecem sua história?
VA(*) Valter Baptistoni é historiador em Maringá
2 pitacos:
Isso parece com as opiniões que li no blog do Odeio, será que a prefeitura vai seguir as opiniões dele e derrubar a catedral? Manter só faixada é próprio desta administração.
Caro Senhor, em relação a sua pergunta que diz: "...onde está o conselho de meio ambiente...". Ele não se reune e foi desmantelado pela atual administração já tem quase dois anos. Aliás, tudo o que é conselho está sendo desmantelado, assim como a própria cidade.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.