12.4.06

"A relação cliente-advogado é sagrada"

De Luis Nassif na Folha de S. Paulo:

"Fosse o advogado experiente, teria dado a orientação para o choro, mas longe das câmeras. E seria uma orientação legítima, porque peça central da acusação é a de que se tem uma criminosa fria, porque não chora. No noticiário policial, ser "fria" passou a ser elemento vital no julgamento (e condenação) de qualquer suspeito. O sujeito comete um crime, é apanhado, sabe que está perdido, mas o delegado sempre se espanta com sua "frieza". Esse estereótipo freqüenta o noticiário policial e sempre é eficiente para induzir a prejulgamentos.
Suzane ajudou a assassinar os pais. É criminosa, ré confessa. Mas de lá para cá sua vida virou um calvário. Acabou seu futuro, foi presa, dentro da cadeia enfrentou presidiárias tentando fazer justiça com as próprias mãos. Fora dela, uma opinião pública atrás de vingança. Pela reportagem da "Veja", fica-se sabendo que ela mora escondido em um apartamento, com medo de ser identificada ou de ser reconhecida na rua. E ela é "fria" porque não consegue chorar. Fantástico!
Por que o advogado orientou-a a chorar à frente das câmeras? Porque a parte mais evidente da campanha por sua condenação é acusá-la de ser "fria", de não ter remorsos. Trata-se, portanto, de uma estratégia de defesa que seria aceita em qualquer tribunal.
No direito americano, e no nosso, a relação cliente-advogado é sagrada. É como o confessionário. A televisão não tinha o direito de penetrar na intimidade reservada ao advogado na relação com o cliente. Nem o advogado de ser tão amador assim".

2 pitacos:

Anônimo,  12:36  

vale tudo?

Anônimo,  13:16  

Se mandar chorar e mentir, entao os otarios tem razao

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