15.3.06

Traficante preso em casa de pastor maringaense é libertado

A matéria, de Sérgio Ramalho e Vera Araújo, está em O Globo (para assinantes):

Menos de dois anos depois de ter sido preso em Maringá (PR), Alberico de Azevedo Medeiros, o Derico, saiu ontem do presídio Bangu 1 pela porta da frente. A libertação de Alberico — acusado em 12 processos, inclusive por tráfico e homicídio — gerou um impasse entre o secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, e o advogado do acusado, Luiz Carlos da Silva Neto. O advogado ameaçou fazer representação contra o secretário, alegando demora no cumprimento do alvará de soltura.
O hábeas-corpus foi concedido pelo desembargador Eduardo Mayr, da 7 Câmara Criminal, anteontem, mas, como agentes da Coordenadoria de Inteligência do Sistema Penitenciário (Cispen) receberam informações de que a assinatura que constava no documento seria falsa, Astério decidiu não libertá-lo naquele dia. Como precaução, o secretário preferiu checar com o próprio desembargador se a assinatura era dele, recebendo de Mayr a confirmação.

Paralelamente, a Polícia Civil solicitou à Justiça um novo mandado de prisão em nome de Derico. O pedido, no entanto, acabou indeferido. Com isto, o acusado de tráfico foi libertado, devido a falhas processuais e excesso de prazo.
Apontado como chefe do tráfico na Favela de Acari, no Muquiço e no conjunto Amarelinho, em Irajá, Alberico foi preso em agosto de 2004, no apartamento de um pastor da igreja Assembléia de Deus dos Últimos Dias, dirigida pelo pastor Marcos Pereira da Silva, que chegou a ser investigado por favorecimento.
Em seu depoimento na época, o pastor Marcos disse que não sabia que Alberico era foragido e confirmou que o apartamento onde o acusado foi preso — um imóvel de classe média alta no Edifício Royal Park, no bairro Zona Sete, em Maringá — foi alugado pelo missionário Cristiano José Araújo dos Santos. A polícia chegou a apreender na igreja do pastor Marcos, em São João de Meriti, 1.052 fitas de vídeo. Numa fazenda do pastor, em Tinguá, foram presos três obreiros da Assembléia de Deus dos Último Dias.
A estratégia para a libertação de Alberico é semelhante à que resultou na soltura de Márcio Batista da Silva, o Dinho Porquinho, acusado de tráfico, em outubro 2004. As coincidências não param na área processual. O advogado também era o mesmo. O hábeas-corpus, no entanto, foi concedido pelo desembargador Jorge Uchôa de Mendonça, já aposentado.

1 pitacos:

Anônimo,  09:12  

Coisas estranhas andam acontecendo. São comuns relatos dessa espécie na imprensa. Favorecimentos facilitados pela nossa legislação, tais como a delação premiada, decisões judiciais inconsistentes, omissão da policia judiciária, enfim, acontecimentos aparentemente incompreensíveis.

Há pouco, duas crianças morreram em um tanque de água que servia de pia batismal para uma das seitas religiosas de Maringá.

Pois bem, o pastor responsável pelo local compareceu a um programa de um apresentador leviano, apreciado por uma população ignorante, onde procurou justificar seu ato de extrema negligência, não sem antes manifestar-se sobre o ato de um seguidor seu, um estrupador lá de Marialva, com a nítida intenção de desviar-se do assunto.

Ficou por isso mesmo? O apresentador não disse se a policia tinha aberto inquérito e nem se a promotoria tinha se pronunciado a respeito.

As autoridades e a imprensa estão caladas! Meu Deus, o que está acontecendo? Então, o responsável por essas mortes vai ficar ileso? Não vai responder perante a Justiça? Estou indignado, não me conformo!

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