Prévias: Requião surpreende de novo

As prévias no PMDB - ou consultas, termo surgido após o presidente Edson Vidigal, do STJ, ter novamente expedido liminar suspendendo as prévias - devem ter o resultado divulgado até as 21h. No Paraná, o encontro foi realizado no ginásio do Paraná Clube. O governador Requião chegou lá por volta das 12h. E, mais uma vez, surpreendeu a galera.
Um pouco antes, com o microfone aberto para os interessados, o ex-presidente regional do PMDB e atual secretário de Estado Nivaldo Kruger, defendeu uma moção pedindo a expulsão dos "traidores" do PMDB: José Sarney, Ney Suassuna, Gedel Vieira e Renan Calheiros. Houve aplausos e tudo. Outros secretários, como o sempre animado Luiz Cláudio Romanelli, e até velhas lideranças, como Léo de Almeida Neves e até Dalton Paranaguá, ex-prefeito de Londrina, defenderam a moção. Perguntei-me, sentado defronte o palco dos discursos: "Se não conseguem cassar José Borba, como querem cassar José Sarney?".
Aì chega Requião, que passa a ser o foco principal das atenções que, até aquela hora, eram todas do deputado Osmar Serraglio - atencioso, o mais procurado pelos peemedebistas para fotografias. E eis que o governador chega arrebentando e disse mais ou menos asism: "Fiquei sabendo que apresentaram uma moção pedindo a expulsão dos traidores. É uma grande bobagem. Se fosse para expulsar, deveria ser expulso todo o PMDB do Rio Grande do Sul (de onde é o presidenciável Germano Rigotto) e todo o PMDB do Rio de Janeiro (terra do outro candidato, Anthony Garotinho)". E desancou o pau nos dois. Quer dizer, mordeu e soprou. Lembrou que foi boicotado por eles quando pretendeu ser candidato a presidente, mas que o momento marcava um ato de coragem dos dois. Requião conseguiu calar os dois lados e reafirmar sua fama de imprevisível. Foi muito, mas muito engraçado.