25.3.06

Marcelo Netto, Marcelo Netto

Artigo de Diogo Mainardi (que tem parentes em Maringá) na Veja (para assinantes) desta semana:

Quem difundiu o extrato bancário do caseiro foi o assessor de imprensa de Palocci, Marcelo Netto. Desde a semana passada, todos os jornalistas sabiam disso. Marcelo Netto é jornalista. E jornalistas
não denunciam jornalistas"

Marcelo Netto. O nome dele é Marcelo Netto. Repetindo: Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto.

Os jornais passaram a semana inteira tentando descobrir quem violou o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Está certo. Precisamos de uma resposta urgente. Os mandantes do crime – todos eles – devem ser exemplarmente punidos. Com demissão. Com cadeia. Com tomatadas e ovadas no cocuruto. É uma questão fundamental para o país. Pena que eu não seja a pessoa mais indicada para tratar de questões fundamentais. Pelo contrário. Meu negócio são as questões menores. E, no caso, há uma questão menor que, por dias e dias, os jornais preferiram escamotear: o nome de quem passou à imprensa o extrato bancário do caseiro. Em todas as reportagens publicadas ao longo da semana, sua identidade foi cuidadosamente resguardada pelos jornalistas, sempre com a mesma fórmula. "Quem deu publicidade aos dados bancários do caseiro foi um assessor de Palocci." Ou: "Na quinta-feira, os dados teriam sido encaminhados a um assessor especial do ministro". Ou: "Na sexta-feira, um assessor do Ministério da Fazenda já difundia a suspeita de que o caseiro poderia ter recebido dinheiro para acusar Palocci". Ou: "Naquela mesma noite, cópias do extrato do caseiro circularam junto aos assessores do ministro". Ou: "Uma fonte mantida no anonimato passou a dois jornalistas de Época o extrato de sua conta bancária".
Quem difundiu o extrato bancário do caseiro foi o assessor de imprensa de Palocci, Marcelo Netto. Desde a semana passada, todos os jornalistas sabiam disso. Mas nenhum se animou a denunciá-lo. Marcelo Netto é jornalista. E jornalistas não denunciam jornalistas. Exatamente da mesma maneira que deputados não cassam deputados. O escandaloso acobertamento do nome de Marcelo Netto, porém, foi muito mais do que um simples ato de canalhice ou de coleguismo – foi prejudicial ao próprio trabalho da imprensa. Marcelo Netto tem de ser investigado a fundo. Ele pode explicar a origem dos dados sigilosos sobre o caseiro. Ele pode explicar quando Lula foi informado sobre o caso, se antes ou depois de ser veiculado pela imprensa. Ele pode explicar, por fim, o caminho que o extrato bancário tomou a partir do momento em que foi parar em suas mãos. Um dos filhos de Marcelo Netto, Matheus Leitão, é repórter da Época. O chefe da sucursal da revista em Brasília, Gustavo Krieger, mandou-o correr atrás do material sobre o caseiro. Ele correu. E a Época o publicou. O episódio é ilustrativo dos esquemas de aliciamento, apadrinhamento e cumplicidade do petismo. Um protege o outro. Um defende o outro. Um conluia com o outro. Um contrabandeia mercadoria ilícita para o outro. Toda essa história surgiu porque o caseiro Francenildo Costa não sabia quem era seu pai. O jornalista Matheus Leitão sabe perfeitamente quem é o seu. É Marcelo Netto. Repetindo: Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto.

5 pitacos:

Anônimo,  07:50  

"O episódio é ilustrativo dos esquemas de aliciamento, apadrinhamento e cumplicidade do petismo."

Ora, pare com isso. E nos outros partidos é diferente?
Você deveria substituir "petismo", por políticos, ou ainda "seres humanos".
Ou será que isso não acontece em redações de jormais, estúdios de televisão, agências de publicidade, faculdades, hospitais, etc?

Esse é um grave defeito inerente a nossa espécie. Só que é mais fácil enxergá-lo em outras agremiações, do que naquelas das quais fazêmos parte.

Quanto ao senhor Diogo Mainard. é uma pena que tenha parentes aqui, visto que o mesmo é um completo idiota.

Anônimo,  12:48  

"O episódio é ilustrativo dos esquemas de aliciamento, apadrinhamento e cumplicidade do petismo."

Acho que ele não entende o petismo... essa doença moral é muito pior do que aliciamento, apadrinhamento e cumplicidade... faltou egocentrismo, cegueira (como o anônimo anterior) e idolatria.

Anônimo,  22:16  

Ainda bem que temos o Rigon cutucando o SB2 aqui e o Mainardi cutucando o Lula lá.
Que Deus lhes dê muita saúde, porque o resto é um bando de....

Anônimo,  11:20  

Cegueira não.
Não disse que isso não está acontecendo lá.
Oq ue disse é que isso acontece em todos os lugares. Nãoi que seja correto.
Dem,ocracia não consiste em escolher os perfeitos, pois os mesmos não existem.
Consiste em se escolher os melhores, ou os menos ruins.

Quanto ao Diogo Mainard, não o compare com o Rigon. O rigon parece ser um cara justo, e humilde, embora não o conheça pessoalmente.

Já o Mainard é um cara arrogante e que se acha o dono da verdade , e o senhor da razão.
Não passa de uma cria da revista Veja para desancar seus desafetos.

Anônimo,  19:49  

Mais de 60% da população brasileira se encontra abaixo da linha da pobreza, dos outros quase 40%, a maioria só movimenta seus parcos rendimentos!

A quem interessa o sigilo bancário? Respondo: aos ricos, aos sonegadores e aos ladrões.

Agora me digam, quem se importa com o sigilo bancário?

Agora; os demais direitos constitucionais, a liberdade, a vida, a privacidade, etc., ahh, isso já é outra coisa.

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