21.3.06

Jean-Michel não é Jacques Cousteau

A exemplo de milhares de pessoas, minha infância e adolescência tiveram a profundeza dos documentários de Jacques Cousteau. Quando li que seu filho Jean-Michel viria a Maringá (chega agora às 15h), inevitavelmente, eles vieram-me à memória. Jacques Cousteau, no entanto, não é Jean-Michel. A mística de Jacques não cabe no filho.
Sou curioso, e não me baseei apenas na biografia que o site da Prefeitura Municipal de Maringá disponibilizou (aliás, retirada do site da ONG do oceanógrafo, a Ocean Futures Society, sem que o devido crédito fosse dado).
Descobri, navegando pela internet, que Philippe, o filho mais novo de Cousteau, era seu maior colaborador e, por causa da proximidade, era tido como o seu sucessor natural. A morte num hidroavião em 1979 impediu que trabalhassem juntos por mais tempo.
Jean-Michel não foi lá esses exemplos de bom relacionamento familiar. Por anos ele e o pai Jacques brigaram na justiça. Motivo: o filho montou um hotel luxuoso nas ilhas Fiji (a diária no resort não é pra qualquer um, o quarto mais caro tem diária de R$ 4.300,00, embora o local seja apontado como ecologicamente o mais correto do mundo) e usando o nome Costeau. O pai ficou revoltado com a exploração comercial de seu nome pelo filho, já que dedicou-se a vida toda a eventos onde o dinheiro não era a coisa mais importante (na década de 40 ele inventou o aqualung sem interesse comercial). A briga só terminou em 96, um ano antes da morte de Jacques Cousteau, aos 87 anos de idade. O pai conseguiu que o filho mudasse o nome do hotel para Jean-Michel Cousteau.
Este ano ele promoveu um grande cruzeiro pela América do Sul, e, claro, cobrando bem. O que achei legal (e isso talvez melhore a impressão que tive dele) é que foi Jean-Michel cuidou da Keiko, a baleia de Free Willy, e tratou de sua volta ao mar.
Acho que o atrito entre pai e filho permaneceu. Jean-Michel tem seu hotel e sua fundação e em ambos o site não há links para a fundação que leva o nome do pai (aqui) .

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