10.12.05

Ainda sobre a CPI dos Laptops e a capacidade de vidência

O vereador Valter Viana (PHS) me ligou pela manhã. Também foi entrevistado por Marçal Siqueira, na CBN. Garantiu que não houve nada, que o que aconteceu foi uma reação a uma armação que o deixaria sem ação na CPI. Disse a ele que acreditava em sua história, mas que tomasse cuidado com sua imagem, pois todo o pessoal de imprensa que acompanhou o processo (a reunião, sua reação explosiva, o ofício pronto em poucos minutos, a coisa que pareceu concatenada) acredita que Viana fez parte de uma representação - e esta não lhe garantiria o Oscar.
Depois tomei conhecimento de outros detalhes, que compartilho aqui:

1) Viana disse que recebeu telefonema de John Alves (PMDB), comunicando sua inclusão na CPI dos Laptops, às 12h30, quando estava num velório;
2) Nereu Vidal Cézar, diretor-geral da câmara e braço direito (?) de John, por volta das 11h30 comentou que um dos que assinaram o pedido de CPI iria renunciar. Seria Nereu a Mãe Diná?
3) Ao final do processo, no início da noite de ontem, Nereu voltou a comentar sobre o desempenho de Viana. Deu a entender aos interlocutores que estava tudo combinado.
4) Vários vereadores pediram que Viana não renunciasse, que lhe dariam a cobertura necessária. Ele fez ouvidos moucos. Viana, que tem experiência de câmara e conhece tudo dentro da casa, é (ou era) pré-candidato a deputado, teria, como único a ter assinado a CPI, uma oportunidade de ouro nos próximos meses, de ficar na mídia em cima de um assunto que domina a cidade, e ser na Comissão a única voz realmente confiável. Recusou.
5) O Ministério Público tem prazo para denunciar, ou não, o caso dos laptops à Justiça. O material levantado desde 20 de outubro poderia ser utilizado pela CPI, o que livraria os vereadores de qualquer saia justa, por causa de John Alves.
6) Em suma: Valter Viana fez em cinco minutos o que John Alves procurou fazer desde que o caso dos laptops foi divulgado por este jornalista. Ele impediu que o Legislativo investigasse a si próprio. É inevitável agora o raciocínio do leitor e o surgimento de ilações.

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