As mangueirinhas luminosas
A Justiça maringaense deve decidir até terça-feira uma situação inusitada: a permanência ou não das mangueirinhas luminosas enrolando as árvores do centro da cidade. Ambientalistas, ONGs e muitas pessoas de senso mediano defendem a retirada por várias razões. Só os motivos ambientais bastariam - afinal, as árvores são o grande patrimônio de Maringá; é com elas que Maringá vende uma imagem de cidade verde; carregam outros tipos de vida, como samambaias, musgos e até orquídeas; as árvores são seres vivos importantíssimos também para a existência de outros seres vivos, como estes tais de humanos.
Mas, além da necessidade de preservação das árvores e também da fauna que ela abriga (e está aí a natureza a nos dar constantes recados sobre a precisão do ser humano de respeitá-la), há a questão legal: a legislação proíbe que árvores sirvam de cabide para qualquer coisa. Se a Justiça liberar o uso das árvores para as mangueirinhas, estará aberta a porta para a colocação de tudo nelas, de prego a holofotes - como, vez ou outra, acontece.
A permanência das mangueirinhas nas árvores - que além de tudo enfeiam as árvores, pois não foram feitas para serem enroladas nelas - vai consolidar o espírito materialista e capitalista do ser humano maringaense, especialmente os envolvidos no tal projeto - pessoas que pertencem ao poder público e duas entidades privadas.
Se isto acontecer, passaremos por cima da lei dos homens, que proíbe penduricalhos nas árvores, e por cima da lei da natureza, que nos chama à preservação do jardim que Deus nos deu.
(Só para lembrar: o Observatório Ambiental outorgou à Acim o Prêmio Rosa do Deserto, que marca a falta de consciência ecológica da entidade. O mesmo prêmio foi destinado ao secretário do Meio Ambiente de Maringá, que na semana passada envolveu-se com a questão irregular do lixo. Ou seja, dois prêmios merecidíssimos.
Ainda: em O Diário deste domingo o presidente da Acim, Ariosvaldo Costa Paulo, lidera o ataque dos lojistas contra a ONG que pediu simplesmente o cumprimento da lei - e olha que estamos num Estado de Direito. A esses comerciantes, que acham a questão de somenos importância, volto a sugerir: peçam a alguém que enrole as mangueirinhas no seu corpo e as liguem na tomada. Depois digam se prejudicam algum tipo de ser vivo.
Também: Maringá vai sediar, em 2006, o Congresso Brasileiro de Arborização Urbana. O que falará a cidade-anfitriã ao Brasil sobre as decisões ilegais e ambientalmente incorretas de suas "lideranças?")
1 pitacos:
A Justiça de Maringá até que andou rápido na questão das mangueirinhas. Na verdade, não devia era ter permitido a irregularidade. A cidade não precisa disso, pois há muitas outras necessidades prioritárias.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.