26.8.05

Mosaico

Todo homem investido de poder é tentado a abusar dele – Montesquieu

Nocividade
Ainda a respeito de Pietro Bon, que esta semana desancou meio mundo: ano passado, em entrevista ao Hoje, o delegado Paulo Machado qualificou-o de “um sujeito nocivo para a sociedade”.
Na terça, a vereadora Edith Dias mostrou sua ficha criminal.

Gravações
Ontem Pietro Bon procurou uma emissora de rádio levando provas materiais: gravações em que policiais pedem propina para fazer vista grossa às atividades de sua empresa de mototáxi.
A rádio analisa se (e quando) põe (ou não) no ar.

Ato público
Panfletagem e carros de som chamam para ato público na próxima terça (18h30, na praça Raposo Tavares), contra as mudanças feitas pela prefeitura no sistema de transporte coletivo.
Reunidas esta semana, entidades, sindicatos e organizações chegaram à conclusão que Silvio II fere o princípio da isonomia ao tratar usuários de forma diferente e discriminatória (inclusive com a tarifa mais cara para quem não tem o cartão). Uma série de contatos, inclusive com promotores, será agendada.

Planejamento
Executivo e Legislativo começam a se bicar, aos pouquinhos.
O motivo: Silvio II lembrou a Bravin e Zebrão, do seu PP, que não esqueçam de eleger Edith Dias para presidente na próxima troca de mesa.

Espertos 1
Em Belo Horizonte, quatro casarões da década de 40, construídos com mármore italiano e em ótimo estado de conservação, prestes a serem considerados patrimônio histórico, foram demolidos no início da manhã de um feriado pela Igreja Universal do Reino de Deus.

Espertos 2
O fato nos remete ao prédio da clínica do médico Waldir Coutinho, ao lado do prédio da CMNP, e que, prestes a ser tombado, foi demolido na virada do ano, aproveitando-se a troca de prefeito.

Feira
Foi realizada segunda-feira a licitação para locação de palco, equipamentos de som, contratação de empresa para fornecimento de marmitex, aquisição de material de limpeza, água mineral e materiais elétricos, para atender a XXIII Festa dos Estados e das Nações, que acontecerá em outubro.

Proposta
Ricardo Barros (PP) apresentou projeto mudando a lei complementar 101 (responsabilidade da gestão fiscal): propõe que o gestor público irresponsável, numa eventual sanção, perderá apenas o patrimônio eventualmente adquirido após o registro da candidatura.
Havendo dano ao erário, este não seria ressarcido com bens já adquiridos. Se o cara for esperto e colocar os bens em nomes de laranja, sai ileso.

Fase ascendente
Nota publicada no Documento Reservado, ontem, elogia o diretor de Desenvolvimento Urbano da Associação dos Municípios do Paraná e prefeito de Ângulo, José Manoel Campos Silva, que “está ganhando contornos de liderança do PMDB respeitada nacionalmente”.
Primeiro, porque Zezão vem se cacifando fazendo um bom trabalho como representante do Paraná junto à Frente Nacional dos Prefeitos. Depois, porque ele vem mantendo estreito contato com o secretário de Governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PMDB), de quem recebeu telefonema na terça.

Haja tinta
Leitor traz uma boa notícia: as obras do posto de saúde do Grevíleas III foram retomadas – e já estão pintando ele de azul também.
Gianoto fez isso em seu mandato: pintava prédios públicos com a cor de seu PSDB. Silvio II pinta as cores do PP de Severino, Maluf et caterva.

Sem sigilo
Willy Taguchi, presidente regional do PMN, acha que a restrição de gastos com telefone na câmara deveria ser melhor explicada.
É inclusive a favor da quebra do sigilo telefônico dos vereadores, das contas públicas de forma geral, para que a população saiba para quem nossos representantes costumam ligar.

Palestra
Hoje, na Casa da Cultura de Sarandi (20h), acontece palestra sobre “Comunicação em atendimento e vendas”, por Heinz Artur Schurt. A promoção é da Acis.

Armada
A Vigilância Pedrozo Ltda vai prestar serviços de vigilância armada nas seções judiciárias da Justiça Federal de Curitiba e Maringá, por um ano, por R$ 17.481,80 mensais.

Fofoqueiro
Inconfidência de mestre Severino Cavalcanti (aquele que tem muito a nos ensinar, segundo a deputada Cida), em jantar esta semana em Brasília, segundo Sonia Racy, em O Estado de S. Paulo: o deputado José Janene, líder da bancada do PP, “teve um caso com a mulher de um promotor em Londrina que lhe custou 25 processos”.

Chance
O maringaense, que viu um dos últimos jogos de Robinho no Santos, terá agora a oportunidade de ver Cicinho numa de suas últimas partidas antes de ir para o Real Madrid.
O jogo será neste domingo, contra o Paraná, no Estádio Willie Davids. Ainda há ingressos à venda.

Na maratona
O Santa Rita Saúde, que sempre priorizou ações de responsabilidade social, como o esporte, participa com uma equipe de atletas da II Maratona de Revezamento Volta de Maringá – Pare de Fumar Correndo, organizada pela UEM.
A equipe é patrocinada ainda pela Aldo e OutBraz.

Previsão
O presidente da câmara, João Alves (PMDB), comentou na quarta-feira que, se Pavanelli assumir o partido, perde a condição na primeira convenção.
– Tem que fazer o churrasco logo, porque vai sair tão cedo que não vai dar nem tempo...

Vergonhoso
Leitor, o presidente do meu país não sabe que Jango foi vítima de golpe militar!

Repartição
Não está no site da CBN, mas Gilson Aguiar fez um comentário interessante sobre a entrada de Pavanelli no PMDB, na quarta à tarde.
Ele perguntou: “O PMDB virou repartição pública, agora?”.

Convite
Satico Noma Ikeda recebeu convite do reitor Pavanelli para integrar a nova provisória do PMDB local.

O caso Pavanelli no PMDB
A política costuma carecer de gente que tenha condições, disposição e boas intenções. Por isto, o ingresso do professor Gilberto Pavanelli na política tem que ser saudado até com entusiasmo. Ele, como atestam dezenas de pessoas contatadas pela coluna, é boa pessoa e bom cientista. Na política, no entanto, faz sua estréia com a chance de manchar até a bonita biografia: pode entrar no PMDB, a convite do secretário Aldair Rizzi (Ciência e Tecnologia e Ensino Superior), no próximo dia 5, na condição de interventor – já que o diretório local foi vítima de uma dissolução flagrantemente irregular.
Algumas pessoas que tiveram contato com o reitor, desde a semana passada, foram ouvidas pela coluna. A opinião formada leva a esses comentários.
Pavanelli está aceitando o papel que gente do próprio PMDB, e de outros partidos, convidada, não quis. O que leva políticos experientes a recusarem assumir um partido forte como o PMDB e leva um inexperiente político a aceitar a tarefa? Sem experiência político-partidária, passa-se a impressão de que ele crê ser o diretório do PMDB uma extensão do governo estadual. Talvez por isso queira transformar sua filiação num verdadeiro evento, com direito a outdoors, sites e convidados que representem o establishment. Pretende reunir na ocasião, por exemplo, Ariosvaldo Costa Paulo, presidente da Acim e que há pouco criticou publicamente o governador Requião de forma contundente, tendo ao seu lado, na hora do autógrafo, o prefeito Silvio II, que já declarou que, se depender de Deus, o futuro governador será Osmar Dias. Não quer entrar sozinho: quer levar pelo menos mais 500 junto, mostrando uma liderança revolucionária e que estava, até há pouco, adormecida. Gente que é do ramo sabe o quanto custa, em termos de trabalho, fazer 500 filiações. “Quem é que não vai querer vir para o partido do governador?”, justificou a um interlocutor. Se o governador fosse o Miro Santana, do PRP, seria a mesma coisa – já a ideologia...
Não há precedentes na história da UEM, desde que ela foi fundada na década de 70, de que seu reitor tenha, durante o mandato, decidido presidir o “partido do governador”, por mais que necessitasse das bênçãos do Estado. O ex-reitor Fernando Ponte de Sousa já apareceu no horário eleitoral apoiando João Preis (em 92); Décio Sperandio tornou-se vereador, mas depois que deixou o cargo de reitor. O próprio Pavanelli, nas eleições passadas, assumiu o apoio a Edmar Arruda, do PPS. Claro, é legítimo, é legal, mas assumir um partido, no qual não tem militância nem um voto para uma convenção, por 90 ou 180 dias (conforme a legislação) não é lógico.
Gilberto Pavanelli, que está estreando num partido político e já quer a janelinha, faz questão de colocar que quem está ingressando no PMDB não é o reitor – e sim o cidadão, que tem direito, como os outros. O problema é quando os dois se confundem. A maioria dos contatos políticos para seu ingresso está sendo feita a partir da estrutura da UEM. Na quarta-feira, por exemplo, o cidadão Pavanelli recebeu dirigentes do PMDB maringaense, para tratar de sua filiação, no gabinete do reitor Pavanelli. Essa confusão poderá se ampliar com o tempo e as circunstâncias, já que uma coisa é presidir o PMDB e ser o dono de uma borracharia; outra coisa é presidir o maior partido da cidade, em número de filiados, e administrar ao mesmo tempo um complexo como a Universidade Estadual de Maringá.
A presidência do PMDB não é um cargo ecumênico, é tomada de postura, de posição. Ao se filiar a um partido político, o reitor já estará assumindo um lado e se incompatibilizando, pela essência do exercício partidário, com outros. Ele, no entanto, por alguma razão, não se deu conta disto.
“Não é o campo dele, ele vai se desgastar”, observou um crítico que o acompanha há tempos. Até assessores e amigos fazem reparos, nos bastidores. “Por que não me deixar tentar?”, disse o reitor à coluna. “Quero o melhor para Maringá”, diz, repetindo o slogan de um político que não é do PMDB.
Nos últimos meses ele tem feito na UEM um trabalho elogiável. O asfalto no campus, a reabertura dos cursos, o reajuste dado pelo governo, a ampliação da biblioteca – tudo colabora para formar uma imagem que, infelizmente, a vida partidária vai destruir, não tenham dúvidas. A falta de politização e percepção e a sobra de susceptibilidade pode fazer a caminhada ser dura. Sem contar que no PMDB ele não gerenciará um orçamento público, por mais engessado que seja. Pode, eventualmente, construir uma base para a candidatura a deputado estadual – mas isso pode ser feito de forma mais natural, a partir do ingresso pelas bases e não na seqüência de um ato de força da executiva regional.
O mandato de Umberto Crispim, apeado por outros sobrenomes paroxítonos (Romaneli e Anibeli), terminaria em 27 de outubro. No mínimo, por causa de sua participação política, deveriam respeitar o mandato conquistado através do voto - e, da última vez, disputando contra um grupo de peso. Se os dirigentes do PMDB paranaense não têm esta noção (aliás, que noção eles têm da política maringaense, hein?), os daqui deveriam ter, por obrigação. Dissolvido o diretório há quase três meses, nenhum dos políticos locais aceitou passar por cima destes conceitos - não seria um homem respeitado e de currículo elogiável que deveria fazê-lo.
Estes comentários têm o único objetivo de preservar uma instituição que é de toda a comunidade regional e abrir os olhos de seu principal administrador, hoje aparentemente sob o efeito da chamada mosca azul. Se for a ingenuidade a razão de tudo, que se acerte, que se evite o risco de um sonho maluco se tornar realidade. Há quem ache que tudo é uma grande brincadeira; outros, vêem bizarrice. O certo é que há algo errado.
Que Pavanelli entre sim na política, mas que entre pela porta da frente, como um soldado. Que seja candidato, faça sua história, mas que não avalize e protagonize injustiças. Que, enfim, não se apresse para não correr o risco de ser, como Crispim, apeado nas próximas semanas, depois da interinidade.
É o melhor para o PMDB? Para a UEM? Para Maringá? A festa de Pavanelli poderá ter, incensando sua filiação, todas as lideranças políticas e comunitárias que a cidade já viu, como deseja, mas não terá a essência do PMDB, que são seus filiados.

As considerações do reitor Pavanelli
"A respeito de sua coluna publicada no jornal Hoje de Maringá, gostaria de fazer algumas considerações:
Com relação à minha filha, ela é funcionária concursada da UEM, onde ingressou no início dos anos 90. É doutora em sua área de atuação, apesar de não ser docente.
Quando assumi a reitoria fui alertado pela Assessoria de Planejamento que precisávamos fazer um planejamento estratégico da Instituição; a composição do grupo que ficaria responsável pela ação foi discutida em reunião de equipe e o nome da minha filha foi sugerido, já que ela tinha o perfil adequado; era funcionária, tinha pós-graduação e havia participado do conselho universitário, ou seja não era uma pessoa de fora da Instituição e tinha os requisitos necessários. Participaram dessa comissão outros servidores.
Determinei prazo de 1 ano para a tarefa e quando o relatório final me foi entregue, cumprindo o solicitado, extingui a comissão. O Ministério Público entendeu que eu não poderia estar atribuindo cargos em comissão, já que isto ainda não havia sido regularizado pela Assembléia Legislativa. Se o entendimento estiver correto, a Instituição comete irregularidades há 35 anos, pois todos os componentes do primeiro escalão recebem cargos em comissão. Inclusive, na próxima semana, o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Supeior, Aldair Rizzi, deverá enviar à Assembléia proposta de regularização definitiva desses cargos. Acredito que a questão ficará definitivamente resolvida e a ação do Ministério Público poderá ser arquivada, já que ocorrerá perda do objeto da ação. Pelo menos esse é o meu entendimento.
O importante a destacar é que não houve da minha parte interesse em beneficiar minha filha, já que ela é funcionária de carreira, além de ter os atributos necessários para a atividade que realizou. Em relação à minha participação em um partido político, é possível que algumas pessoas possam ter ponto de vista contrário. Acho que seria imprudente se fosse participar de um partido diferente daquele do Governo, já que a Instituição é uma autarquia estadual. No entanto, as manifestações que tenho recebido, pelo menos pessoalmente, são todas no sentido de apoiar e inclusive me parabenizar , entendendo que posso contribuir com o desenvolvimento de Maringá e região. Além disso quem estaria participando seria o Pavanelli e não o Reitor. O fato de não ter havido, ainda, reitor na condição de dirigente partidário, não significa nada. A UEM tem apenas 35 anos e todos, inclusive o Presidente da República, têm o direito de exercerem atividades políticas partidárias. Sobre a hipótese de ser candidato a deputado estadual, confesso que isso nunca foi aventado. É uma ilação.
Acredito ter prestado os esclarecimentos necessários.
Gilberto Pavanelli".


Falta
1
dia para o casamento
de Geraldo-Vera

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