O empreendedorismo camufla um trabalho quase escravo
Como educadora tenho me preocupado com a defesa exagerada da tese de que a escola deve formar empreendedores. Como se essa forma de trabalho representasse uma profunda transformação. Não representa! Em verdade, é apenas uma nova roupagem para a velha fórmula de exploração da mão-de-obra. A natureza do trabalho modificou-se e hoje há maior flexibilidade.
Mas, ela é aparente. O açoite de hoje é a miséria. A senzala, muitas vezes é a nossa própria casa.
Os empreendedores, em geral, são autônomos, trabalham para si mesmos. Suas atividades exigem muita ousadia, iniciativa, dedicação completa, levando-os a trabalhar horas a fio, às vezes até a exaustão. O empreendedor é mais um trabalhador aut?nomo que, por estar sob nova roupagem, esconde as estatísticas da exploração. A evidência dessa exploração pode ser constatada no adoecimento dessa classe de pequenos empresários que buscam sobrevida em meio a um contexto de oportunidades extremamente desiguais. É preciso ficar alerta para não cair nas armadilhas do discurso sedutor do empreendedorismo.
Ivana Veraldo
5 pitacos:
Não seria picaretas o nome correto?
Se me permite RIGON, gostaria de expressar minha opinião, até porque, tenho entre as disciplinas que ministro o EMPREENDEDORISMO.
Visto da forma perversa da camuflagem dos indices de desemprego, da exploração do trabalho , visto que o pequeno empreendedor deixa de ser considrado desempregado, os criticos do empreendedorismo estão certos na sua veemencia.
NO entanto não é isso que buscamos despertar no acadêmico quando o incentivamos a pensar de forma empreendedora.
È no PENSAMENTO EMPREENDEDOR que estamos focados, no fortalecimento da auto-estima e da estrutura de suas idéias empreendedoras.
O BRasil pecisa de gerações que pensem em soluções novas e empreendedoras.
Buscamos fortalecer a confiança e motivar a pensar em novas soluções, descobrir novas aplicações para velhos produtos e serviços.
Estamos priorizando a maturidade empresarial e JUSTAMENTE AO CONTRÁRIO DE ONDE A CRITICA SE CONCENTRA; ESTAMOS MOSTRANDO AOS JOVENS QUE, SEM CONHECIMENTO, BASE ADMINISTRATIVA, RESPONSABILIDADE (INCLUSIVE SOcIAL) SEM ÉTICA E COMPROMETIMENTO AMBIENTAL não teremos um futuro promissor e digno.
Isto me parece, não é jogar o jovem ou a pessoa aos leões!
Precisamos de gente que empreenda, ainda QUE TRABALHE PARA OUTROS, ISTO É O INTRAEMPREENDEDORISMO, QUE TAMBÉM ENSINAMOS.
No entanto precisamos de empreendedores mais capacitados, mais maduros, comprometidos com resultados práticos e de LONGO PRAZO.
Não sei onde estas pessoas criticas do CONCEITO DO EMPREENDEDORISMO tem feito suas pesquisas, mas eu como docente nesta disciplina por exemplo tenho recebido como norte da Reitoria, Direção de ensino e Coordenação de curso, "FORMAR PESSOAS COM RESPONSABILIDADE SOCIAL, CONHECIMENTO DAS LEIS, CONHECIMENTOS DOS PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO, VISÃO DE MRCADO, ORGANIZAÇÃO, COMPORTAMENTO ÉTICO E SOBRETUDO RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL.
Estou convicto que dessa forma, (NUMA VISÃO PESSOAL DE COMPROMETIMENTO)que meu neto tera uma sociedade mais sadia, confiável e promissora.
São "mundos" diferentes entre o que tem dado base a estas criticas contumazes e ao mundo que tenho vivido e dele participado no incentivo ao empreendedorismo.
Não se trata de paixão pelo tema mas de responsabilidade com as gerações que abandonadas de ORIENTAÇÃO, TEM COMO OPÇÃO APENAS AS BENÉCIES DAS BOLSAS, QUE NADA ENSINAM APENAS GERAM DEPENDENDCIA SOCIAL.
O empreendedorismo NÃO.
Incentiva, mostra que a pessoa pode reverter o quadro e vencer os desafios.
Me parece que promover COM RESPONSABILIDADE O PENSAMENTO EMPREENDEDOR estaremos fugindo das únicas duas opçõe sociais do momento OFERECENDO UM TERCEIRO VETOR QUE É O DA DIGNIDADE:
TEMOS HOJE:
1-Emprego
2-Viver do assistencialismo do governo.
O tema é abrangente, necessita de mais tempo, espaço e disposição SEM PAIXÃO POLITICA PARTIDÁRIA para ser discutido.
Grato
Prof. Paulo Vergueiro
paulovergueiro@bol.com.br
Discordo com a opinião da educadora por motivos históricos:
1) Quando criança, fui "educado", assim como minhas irmãs, a estudar, estudar e, estudar para ter um bom emprego e, quiçá, ter um emprego na área pública;
2) Consegui ter bons empregos e por 22 anos "bati cartão" dando lucro e renda certa parte para bancos e outra parte para o governo;
3) Durante todo esse período, me senti usado, incomodado e muitas vezes traído por pessoas que puxando o saco ou lambendo botas de políticos, conseguiam cargos de chefia sem ter sequer o mínimo de capacidade para tanto;
4) Foi preciso uma mudança muito grande e o fechamento da empresa para que eu pudesse "refletir" e tomar coragem (forçada) para sair desse ciclo de "pinga mais não falta";
5) Tirei meu CRC que estava adormecido desde 1986 em 2004, tornei-me um profissional liberal, voltei a estudar direito que tinha começado em 1987 e, por estar com um emprego estável (estatal) acabei desistindo.
6) Meus amigos de escola, a maioria profissionais liberais e "empreendedores" estão muito bem, graças a Deus, que os ilumine e dê longa vida.
7) Demorei para acordar, talvez por ter recebido a educação dos anos 70 e 80, mas, ainda tenho tempo para ser "empreendedor" e ter a minha liberdade (já a tenho) e independência psicológica, monetária e, o que considero a mais importante, a liberdade da vida em sociedade, sem ter que "aguentar" besterol de quem quer que seja por motivos de pressões em empresas e empregos.
É um breve relato mas é real... a gente foi treinado para ser empregado, nunca patrão... patrão era coisa de rico, de fazendeiro, que, aí sim treinavam os filhos para serem patrões...
É esse empreendedorismo que acredito devam buscar, o acreditar em si mesmos, serem bons profissionais, engenheiros, médicos, advogados, dentistas, nutricionistas, ou seja, que agreguem valor a nossa sociedade e, os que não conseguirem isso, que sejam bons agricultores, açougueiros, ferreiros, torneiros mecânicos, entre outras tantas profissões de 2o e 3o graus...
E.T. - Tenho trabalhando comigo, como parceiros e não empregados, 5 pessoas, portanto, são 5 famílias que estão agregadas as minhas atividades ganhando mais que 5 (cinco) S.M. mensais e agregando conhecimento...
O mais curioso é que algumas entidades da sociedade de Maringá montaram até alguns grupinhos de jovens empreeendedores, com o detalhe que estes jovens empreendedores já nasceram em berço esplêndido e com lastro ($$) para suas aventuras empreendedorísticas, fácil ser empreendedor com essa vantagem.
Poderia até chamar isso de hipocrisia mas........
Indo no embalo do artigo da professora,quando estabelecem-se modelos de profissionais,os livros de auto-ajuda,a mídia - como no quadro de Max Gehringer no "Fantástico",ou as muitas colunas de emprego em telejornais - esquece-se da grande competitividade e da escassez de oportunidades.Não falo em falta de emprego,mas de um excelente emprego.
Sempre traçam-se linhas comparativas com executivos de grandes multinacionais,ou funcionários públicos de grandes instituições estatais.E quantas pessoas capacitadas ficam desamparadas.A poropósito,será que o mercado comporta uma legião de profissionais pós-graduados?Certamente não,mas dá-se a desculpa de maior competência e empenho ao que consegue melhor colocação.
Tudo balela.Pra mim,os programas de profissionalização e de comportamento,servem,não mais,para o adestramento das próximas gerações.É uma maneira de evitar a luta das classes menos favorecidas.
E mais:até bem pouco tempo as crianças sonhavam em ser jogador de futebol,atriz de novela,cantor.Hoje ouve-se facilmente o adolescente pensar apenas em ter um emprego,pra ser "independente".Independente com R$500,00 por mês?
Em resumo,é só parte do processo de dominação.
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