A experiência da colunista
A jornalista Joyce Pascowitch revela nas páginas amarelas da revista Veja desta semana que fez tratamento contra um câncer no seio. Um trecho:
O que mudou na sua rotina durante o tratamento?
Eu parei de ir ao cinema e aos restaurantes que costumava freqüentar. Escolhia um bem distante da minha casa, um japonês, por exemplo, e gostava de ficar lá, ouvindo o sushiman falar sobre o preço do peixe. Parecia que eu estava em outra dimensão. Era mais fácil entrar em outro mundo do que encarar o meu.
O que aconteceu com o seu corpo?
Primeiro, minha boca se encheu de aftas e de sapinho. Para cuidar desses problemas, existem dentistas especializados em oncologia. Comecei a freqüentar um que passava um laser na minha boca e curou bem as feridas. Meus dedos estão enrugadinhos, parece que eu passei horas no banho. O médico disse que isso é normal, e que depois passa. Também surgiram umas feridinhas no meu rosto, que eu já tirei no dermatologista. Eu emagreci, mas meu rosto inchou. Nesse tempo todo, eu nunca deixei de passar batom, lápis no olho e de pôr pulseira e colar. Fiz as unhas toda semana. Só não tirava a cutícula. O médico disse que eu tinha de manter essa proteção.
Em que fase você está do tratamento?
Estou começando a fazer a radioterapia. Serão 33 sessões. Não dói nada. É como tirar um raio X. Um médico me disse que a rádio é o cafezinho da refeição. Um tempo em que você se prepara para voltar para a sua vida de antes. Eu discordo. Não sou a mesma pessoa de antes.
1 pitacos:
Nesses momentos é que o ser humano enxerga as futilidades que busca e tem noção do que realmente é importante nessa vida que é tão breve.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.